Estudo analisa uso de madeiras amazônicas para a construção de barcos
Para otimizar o tempo de construção de barcos utilizando madeiras amazônicas, o mestrando em Engenharia Oceânica, Alex Monteiro dos Santos, está desenvolvendo um projeto no qual identificará a aplicabilidade das madeiras da região para a indústria da construção naval. Intitulado ‘Aplicabilidade da Madeira Amazônica na Indústria da Construção Naval’, o estudo está sendo desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O projeto é financiado pelo Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O trabalho foi contemplado no Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados em Engenharia Naval do Estado do Amazonas (RH-Naval).
Alex Monteiro informou que o objetivo da pesquisa é estudar as propriedades mecânicas das madeiras amazônicas e definir as regras para aplicação correta na construção de embarcações. “O projeto de pesquisa surgiu a partir das observações do potencial das madeiras da Amazônia, como durabilidade, flexibilidade e resistência. As mesmas ainda não são exploradas por alguns setores da indústria naval”, disse.
TRANSPORTE FLUVIAL
A Amazônia é repleta de rios e o barco é o principal veículo de transporte de passageiros e cargas na região, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Dados do relatório ‘Caracterização da oferta e da demanda do transporte fluvial de passageiros na região Amazônia’, produzido pela Antaq, aponta que em média 13,6 milhões de pessoas utilizam, anualmente, o transporte fluvial na Amazônia.
A Antaq informou que 70% desta demanda é referente aos passageiros do Amazonas. A Agência não tem dados referentes à construção de embarcações na região.
Assista ao programa ‘Amazônia Rural’, exibido pela Rede Amazônica, sobre a construção de barco em São Sebastião do Uatumã, no Amazonas.
ANÁLISE
O pesquisador informou que o estudo iniciou em março deste ano, com previsão de término em 2016. Segundo ele, serão analisadas as principais madeiras utilizadas na região amazônica, entre elas a itaúba (Mezilaurus itauba). “Vamos trabalhar com as (madeiras) mais usuais, por exemplo, a itaúba e suas variações. Vendo, por exemplo, qual, entre elas, é a melhor para a construção das embarcações”, explicou.
Ao final do estudo, o pesquisador pretende dotar a região de um material bibliográfico voltado para a construção de embarcações de madeira, relacionando as melhores técnicas, os processos e as regras para a melhor aplicabilidade da madeira amazônica nas construções.
SOBRE O RH NAVAL
Conceder bolsas de mestrado e de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu na área de Engenharia Naval, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em outros Estados da Federação.
Fonte: Agência Fapeam, por Camila Carvalho