Estudo analisa violência contra mulher em obras na Amazônia

O estudo é desenvolvido com financiamento do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapem). Foto: Reprodução

Para analisar o fenômeno da violência contra as mulheres no contexto dos grandes projetos de desenvolvimento em curso na Amazônia, a doutoranda em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Milena Barroso, está desenvolvendo um projeto de pesquisa com foco na experiência da construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste do Estado do Pará.

Intitulado ‘A Amazônia em questão: relação entre os projetos de infraestrutura na região amazônica e a violência contra as mulheres’, o estudo é desenvolvido com financiamento do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapem). A doutoranda é bolsista da FAP por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados para o Interior do Estado do Amazonas (RH-Interiorização – Fluxo Contínuo).

Segundo a pesquisadora, a hidrelétrica de Belo Monte tem sido alvo de denúncias sobre os impactos socioambientais não dimensionados e no campo da violação dos direitos humanos. Barroso pontuou, por exemplo, a exploração sexual de adolescentes, violência contra a mulher e o tráfico humano.

“Os dados preliminares apontam que o cenário da construção da hidrelétrica de Belo Monte tem sido favorável a ocorrência da violência contra as mulheres. Pretende-se relacionar e sugerir algumas mediações para o debate da situação de exploração sexual a que as mulheres estão expostas no entorno da hidrelétrica”, afirmou Barroso.

SEM INFRAESTRUTURA

Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em menos de um ano após o começo da obra, a população de Altamira (PA), que era de quase 100 mil habitantes passou a 145 mil. “A cidade não está preparada para esse movimento social e para receber esse contingente de pessoas. Não há escolas, hospitais e moradias. Em outras palavras, não existe infraestrutura básica”, disse a pesquisadora, com base nos dados do MAB.

Barroso informou que o estudo está sendo desenvolvido em três etapas inter-relacionadas. A primeira etapa refere-se à pesquisa bibliográfica, seguida da pesquisa documental que subsidiarão a pesquisa de campo. “A terceira etapa será a pesquisa de campo, com previsão de início no segundo semestre de 2015, no município de Altamira, lugar que abriga o principal canteiro de obras da referida usina”, salientou.

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Fonte: Agência Fapeam, por 
Camila Carvalho