Grupos sociais e pesquisadores debatem a promoção de tecnologias sociais no AM

O workshop contou com a apresentação de pôsteres. Foto: Érico Xavier/Agência Fapeam

O projeto Ukulelê foi um dos exemplos práticos de tecnologia social citado por Denise Gutierrez, organizadora do 3º Workshop de Tecnologia Social. O evento foi realizado nos dias 04 e 05, no auditório Eulálio Chaves, no mini campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O workshop foi promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). E teve como tema ‘Participação Social e Desenvolvimento Regional na Amazônia’, buscando discutir assuntos que ajudem a entender as interfaces entre ciência e sociedade.

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Amazonas (Fapeam) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto Ukulelê é executado pelo Inpa via Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Madeiras da Amazônia.

Durante o workshop, os estudantes Paulo Alves Leitão e Eduarda Castro, integrantes do projeto, apresentaram ao público o processo de fabricação do Ukulelê (instrumento de cordas típico do Havaí – EUA). Eles explicaram que o diferencial foi o uso de restos de madeiras de demolição, árvores caídas e resíduos de serraria de madeiras certificadas. O projeto envolveu 20 jovens, entre 13 e 17 anos, de quatro escolas públicas do município de Manacapuru (distante 84 quilômetros da capital).

“É um trabalho que faz convergir todo o conhecimento de tecnologia de madeira sobre características e adequabilidade, que se desenvolvem nos laboratórios, programas de iniciação científica, mestrado e doutorado. Esse conhecimento é compartilhado entre jovens e adolescentes a fim de qualificá-los, gerar renda e adicionar valores à cultura”, avaliou Gutierrez, que também é coordenadora de Tecnologia Social do Inpa.

De acordo com Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tecnologia social é toda metodologia, procedimento, equipamentos e produtos que a partir da interação com grupos sociais promovam o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida, educação, saúde e habitação.

HISTÓRICO

Na avaliação de Denise Gutierrez, a primeira edição do evento serviu para conceituar tecnologias sociais, que ainda é um conceito recente no meio científico. Na segunda edição foi realizada uma capacitação de como desenvolver esse tipo de tecnologia e como se dá o fomento às pesquisas dessa natureza.

PRIMEIRO DIA

Pela manhã, a conferência de abertura foi proferida pelo representante do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), Francisco de Assis Costa. Ele falou sobre os desafios do desenvolvimento regional e participação social na Amazônia. À tarde, foi realizado o mini-curso ‘Arranjos produtivos e construção de indicadores socioeconômicos na Amazônia’.

SEGUNDO DIA

Na terça-feira (5), pela manhã, ocorreu a palestra da professora do Instituto de Tecnologia Social, Irma Rossetto Passon, sobre ‘Políticas públicas para inclusão social: avanços e impasses’. À tarde, o professor da Universidade Veiga de Almeida (Uva) e doutor em Psicologia Social, Marcelo Henrique da Costa, abordou  ‘Desenvolvimento econômico solidário e sustentabilidade’.

Além das palestras e mini-cursos, o público conheceu parte dos 23 projetos de tecnologia social desenvolvidos pelo Inpa, por exemplo, a criação de peixe em canais de igarapés; métodos de prevenção e controle da dengue, por meio da utilização da solução cravo-da-índia utilizada em vasos domésticos; óleo de buriti para a indústria de cosméticos a partir da produção de farinha, entre outros.

Fonte: Agência Fapeam, por Josiane Santos