Amazonas tem nova técnica para tratamento de câncer de próstata

O câncer de próstata é o tipo de mal que mais acomete os homens em todo o mundo. No Amazonas, não é diferente. Somente no Estado, a expectativa é de três mil novos casos da doença até o fim deste ano. Com a grande incidência em Manaus (cerca de 50%), uma inovação técnica chega para auxiliar no tratamento e na recuperação dos pacientes: a prostatectomia radical laparoscópica.

Realizada, pela primeira vez, no Hospital Santa Júlia, em Manaus, a cirurgia tem ajudado a salvar vidas. O  uro-oncologista Cristiano Paiva falou ao portalamazonia.com sobre a novidade e seus benefícios. Confira a entrevista:

Portal Amazônia – O câncer de próstata é o tipo de câncer que mais acomete os homens em todo o mundo. Quais as incidências no País e no Amazonas, em particular?
Cristiano Paiva – No Brasil, segundo dados de um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), estimam-se 60.180 novos casos só para este ano. Esses valores correspondem a um risco estimado de 62 casos novos a cada 100 mil homens. Para se ter uma ideia, no Amazonas temos perspectiva de incidência de três mil novos casos para 2012, sendo a metade deles na capital, Manaus.

Portal Amazônia – Há outros tipos de tratamento para o mal, com a incisão abaixo do umbigo. Qual o conceito e como é realizada a prostatectomia radical laparoscópica?
Cristiano PaivaTrata-se da última inovação técnica para o tratamento de câncer de próstata. No procedimento, são feitos cinco furos. O maior deles de apenas um centímetro, no abdômen do paciente, por onde passa uma pequena câmera e duas pinças que simulam a mão do médico. Como é feito com pequenas incisões, o procedimento sangra e dói pouco, bem como, possibilita uma recuperação rápida.

Portal Amazônia – Em termos de recuperação pós-procedimento, qual o prazo de recuperação do homem com a nova cirurgia?
Cristiano Paiva – O paciente submetido à prostatectomia radical laparoscópica pode voltar normalmente às suas atividades no prazo de 20 a 30 dias, enquanto pelo método comum – com incisão abaixo do umbigo –  a recuperação plena só é possível entre 60 a 90 dias depois.

Portal Amazônia – A recuperação acontece na metade do tempo, se comparado com a cirurgia normal. E o procedimento? É também mais rápido?
Cristiano Paiva – O procedimento é minimamente invasivo e relativamente rápido. As incisões são poucas e pequenas, por isso, tende a ter menos complicações.

Portal Amazônia – A primeira cirurgia aconteceu há um mês. Quantas pessoas foram necessárias na equipe?
C.P – A primeira cirurgia realizada pelo Hospital Santa Júlia contou com uma equipe formada por cinco profissionais. Um uro-oncologista (Cristiano Paiva), os médicos especialistas em laporoscopia avançada Adriano Maia e Eugênio Rocha, enfermeira instrumentadora Alexandra Rocha e um anestesista.

Portal Amazônia – Quais os benefícios imediatos para o paciente? A curto, médio e longo prazo, Em que a cirurgia ajuda?
Cristiano Paiva – O nosso primeiro paciente não sentia nada. É aí que está o grande mérito e a possibilidade de realizar essa cirurgia. Ele fazia seus exames de rotina, e de um ano para o outro foi identificada uma pequena alteração dos níveis de PSA (teste que mede a quantidade da substância homônima no sangue do homem). Depois, a biopsia foi feita, constatando que realmente tinha um tumor, no início. Devido a essas características, a cirurgia foi possível pela técnica laparoscópica.

Fonte: Portal Amazônia