Acadêmicos da UEA inovam no ensino de matemática no Alto Solimões
CIÊNCIAemPAUTA, por Carlos Fábio Guimarães - Enviado especial (de Tabatinga-AM)
Da série “Santos de casa também inovam”, é interessante conhecer e, especialmente, divulgar o que se produz academicamente no Amazonas, fora do principal eixo de pesquisa, que é Manaus. E graças à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), instituição pertencente ao sistema público estadual de Ciência e Tecnologia, estudantes de municípios distantes, podem ser reunir em centro de estudos superiores para desenvolverem seus projetos.
Exemplo disso são duas acadêmicas de matemática do Centro de Estudos Superiores da UEA de Tabatinga, Suziane Pinto Castelo e Géssica da Silva Gomes. As estudantes desenvolveram projetos que refletem e estão inseridos no contexto da comunidade, tornando o ensino mais prazeroso e com exemplos do cotidiano. Seus trabalhos foram apresentados nesta quinta-feira, no 2º Encontro Internacional de Ensino e Pesquisa em Ciências da Amazônia.
Suziane Pinto Castelo é do município de Tonantins-AM e elaborou um projeto de pesquisa que introduz o aluno do 1º ano Médio no aprendizado de Sequencias e Progressões por meio do artesanato de miçangas (pequenas bolinhas utilizadas para peças de artesanato como chaveiros, etc).
Os alunos ficaram estimulados com o jeito novo de ensiná-los, pois saiu formato tradicional de ensino, quadro e pincel. De acordo com a pesquisa por meio de questionários, houve uma melhoria no entendimento dos alunos, que saiu dos 45% iniciais para 76% após a aplicação do projeto. “Os alunos se mostram interessados na aula e na produção do artesanato. Vale ressaltar que esse modelo é válido somente para a introdução no tema, nada para estudos mais avançados”, ressaltou Suziane.
Suziane disse também que além do aprendizado, os alunos aprenderam uma técnica que poderá servir como fonte de renda para eles. “A pesquisa foi um aprimoramento para minha formação profissional, pois podemos testar métodos que facilitem nosso trabalho em sala de aula”, completou
Outro exemplo é da acadêmica Géssica da Silva Gomes. Seu trabalho intitulado “o uso de material concreto no ensino-aprendizagem de alunos do 7º ano do ensino fundamental”, trabalhou com instrumentos do cotidiano deles. A acadêmica trabalhou com “pipas” e “origamis” para ensinar geometria plana para os alunos.
A acadêmica usou a modelagem matemática, onde pode tirar os conteúdos matemáticos para os estudantes. “Tiramos da pipa, os formatos geométricos como triângulos. No Origamis, através das dobraduras, podemos aprender sobre a lógica, além de desenvolver a paciência”, explicou.
Como resultado, os alunos aprenderam mais, pois perceberam a matemática não é algo distante e está presente no cotidiano deles. “São maneiras de chamar a atenção dos alunos para o aprendizado”, disse.
ENCONTRO INTERNACIONAL ACONTECE ATÉ SÁBADO
O 2º Encontro Internacional de Ensino e Pesquisa em Ciências da Amazônia acontece até sábado e reúne pesquisadores e estudantes da tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia).
O evento encerra oficialmente as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no Amazonas com internacionalização das ações e também se torna um canal de divulgação científica da produção dos estudantes do Alto Solimões.
O evento é uma iniciativa da iniciativa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).