Adele Benzaken recebe Medalha de Ouro Cidade de Manaus

28/11/2011 – A médica e pesquisadora Adele S. Benzaken recebeu na última sexta-feira, pela manhã, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a Medalha de Ouro Cidade de Manaus. A honraria foi conceda pelos serviços prestados na área de saúde pública, principalmente pelos trabalhos realizados sobre HIV e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), que são predominantes no Estado do Amazonas. A propositura foi feita pelo vereador Jaildo de Oliveira Silva (PRP), do Partido Republicano Progressista (PRP).

Siga a SECTAM no Twitter!

Doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (CPqL&MD/Manaus), Benzaken disse, emocionada, que a medalha é o reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos ao longo da vida profissional. Mas, acima de tudo, é o reconhecimento a todos os pesquisadores que trabalham no Amazonas em prol das populações minoritárias e vulneráveis. “Existem outros profissionais que também labutam para garantir a melhoria da qualidade de vida das populações, principalmente, as que moram em aldeias, na floresta, distantes dos centros urbanos. Hoje, a tecnologia existente permite aos médicos e pesquisadores levar testes rápidos de HIV e Sífilis para realizar o controle dessas doenças em locais inacessíveis. Temos que levar a saúde onde o povo está”, salientou.

Segundo Benzaken, no último trabalho realizado, a equipe coordenada por ela atendeu, aproximadamente, 46 mil indígenas do Amazonas e de Roraima, que realizaram testes de Sífilis e HIV. Ela explicou que é praticamente impossível deslocar todos os indígenas à capital para realizar os testes, além do custo elevado há os problemas relacionados à logística. “Não teria como. Mas o trabalho foi possível porque, em 2008, por meio de projeto aprovado junto à Fundação Bill e Melinda Gates, recebemos US$ 1 milhão para implantação de testes rápidos nas populações vulneráveis”, informou.

Quanto aos testes rápidos nas aldeias, o trabalho contou com a ajuda do Ministério da Saúde, via Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). As ações iniciaram em 2009 e foram atendidas populações sexualmente ativas. Um artigo com o resultado da pesquisa foi submetido a uma revista científica internacional. “O trabalho com populações vulneráveis exige profissional capacitado, que as faculdades não preparam. As mais diversas categorias não sabem lidar também com esses indivíduos. O Governo do Amazonas, via Fundação Alfredo da Matta, tem trabalhado para capacitar essas pessoas para lidar com as populações indígenas e vulneráveis”, pontuou. 

O reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), José Aldemir de Oliveira, salientou que o Parlamento representa a sociedade e quando homenageia uma profissional como Adele Benzaken, é como se toda a população assinasse a propositura. “A homenagem é justa e significativa pelo trabalho como médica, pesquisadora e cidadã”, disse.

Para o diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Jorge Porto, é importante o reconhecimento público da sociedade pelo trabalho feito por Adele, principalmente, pelo que é feito junto às populações discriminadas. “O trabalho da doutora Adele, ao longo do tempo, é uma clara demonstração da altivez e do compromisso dela enquanto pesquisadora e cidadã. Foi uma justa homenagem da Câmara Municipal de Manaus, dando-lhe a honra desse reconhecimento”, finalizou.

Fonte: Agência FAPEAM, por Luís Mansuêto