Agências de fomento apresentam balanço na ABC
Presidentes da Capes e do CNPq apontam avanços, entre eles o aumento do número de bolsas e de recursos orçamentários
Em evento realizado na tarde de segunda-feira (29/11), na Academia Brasileira de Ciências (ABC), representantes de duas das principais agências de fomento à pesquisa no Brasil apresentaram balanços de suas gestões.
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, destacou o aumento do número de bolsas concedidas pela agência e o crescimento do orçamento. Segundo números apresentados pela agência, a quantidade de benefícios concedidos a estudantes e pesquisadores foi multiplicada por 3,4 desde 1998, enquanto a quantidade de alunos foi 2,1 vezes maior.
Guimarães também comemorou o aumento do orçamento da agência, cuja previsão para 2011 é de R$ 3,093 bilhões, contra R$ 2,681 este ano. Em 2003, quando o ex-reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) assumiu, a Capes possuía R$ 545 milhões.
O presidente da agência, no entanto, lamentou não ter alcançado, durante sua gestão, a meta de formação de doutores em engenharia e informática, áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento nacional. Para Guimarães, isso se deve à alta procura por esses profissionais pelo mercado.
Já Carlos Aragão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está a menos de um ano no cargo, destacou o aumento da internacionalização da ciência brasileira, do orçamento destinado à agência e da quantidade de bolsas concedidas.
Só o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), uma das principais fontes de recursos do CNPq, deu, em 2010, R$ 700 milhões, contra R$ 469 em 2009.
Em relação às bolsas, Aragão anunciou o desejo de aumentar a oferta em 2011. No caso das de doutorado, o objetivo é chegar a 11 mil benefícios, contra 9550 deste ano, assim como aumentar a quantidade de doutorados plenos no exterior, que devem subir de 600 financiamentos para 800. Uma maior quantidade de pós-docs financiados também está prevista, com apoio de até cinco anos.
As contas do CNPq prevêem também a contratação de 90 servidores.
"Com o orçamento proposto, seremos capazes de dar conta de todo o planejamento", afirmou. O Orçamento de 2011, no entanto, ainda não foi votado no Congresso.
(Marcelo Medeiros, do Jornal da Ciência)