Amazonas avança no uso da nanotecnologia
CIÊNCIAemPAUTA, por Danyelle Soares
A Ciência está presente em tudo. Desde o objeto mais simples, como uma lâmpada, até aos potentes computadores e smarthphones. Apesar de parecer distante da realidade de muitas pessoas e ser imaginada somente em laboratórios, reservada aos cientistas, o universo da Ciência vive hoje outro momento, que é o da aproximação com a sociedade, simplificando seus conceitos e linguagem.
Na eterna busca por inovação e pelo novo, surgiu recentemente um novo conceito denominado Nanotecnologia. Apesar termo ser ainda desconhecido por certa parte da população, ele está presente em muitos componentes eletrônicos, de computadores, aparelhos médicos a outros tantos itens que possuem alta tecnologia.
No Amazonas, a nanotecnologia tem ajudado um grupo de cientistas especialistas a desenvolver diversos trabalhos, como o estudo sobre a terra preta de índio, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) , que tem como meta identificar como o carbono atua para manter a fertilidade dos solos.
O estudo, fruto da parceria entre o Grupo de Pesquisa de Terra Preta Nova, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto Nacional de Meteorologia do Rio de Janeiro (Inmetro), é coordenado pelo engenheiro agrônomo Nilton Falcão em conjunto com os pesquisadores Ado Jorio e Carlos Alberto Achte. Para a pesquisa, utilizam-se instrumentos de nanotecnologia, como o de microscopia e espectroscópica, eletrônicas e ópticas.
REPELENTES MAIS DURÁVEIS
Outro estudo que tem utilizado os recursos da nanotecnologia é desenvolvido, desde 2011, pelo pesquisador Wanderli Tadei em conjunto com a mestra Erica de Oliveira Gomes. Nele, objetiva-se utilizar a tecnologia para ações de controle do mosquito da malária. A pesquisa seguiu três linhas principais: repelência, controle tópico e efeito residual. De acordo com Dr. Tadei, os primeiros dados mostram que a grande problemática é com relação aos óleos essenciais usados nos repelentes, que acabam evaporando com muita rapidez.
O estudo entra este ano em sua segunda etapa, que consiste em estudar dois óleos (dilapiol e pipe aduncum) na fabricação dos repelentes. E para isso contam com a nanotecnologia e o que ela pode oferecer para aumentar o efeito dos produtos.
“Verificamos em nossos estudos que os repelentes à base de óleos não têm uma duração desejada. Sendo esse o nosso desafio, ou seja, encontrar mecanismos e é aí que entra a nanotecnologia que nos permita produzir essências com uma maior duração e que por consequência garantam a repelência contra o mosquito da malária”, completou.
Neste caso, a Nanotecnologia foi utilizada como uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento de sistemas nanoestruturados que permitam a veiculação destes óleos essenciais ativos, associados aos piretróides de forma especial a exibir uma liberação lenta e sustentada, assegurando uma alta ação específica.
“Desta forma, o estudo desenvolveu uma formulação nanoestruturada para a liberação lenta do óleo essencial dilapiol, objetivando prolongar a sua ação de repelência, residualidade e contato tópico, contra o principal vetor da malária na Amazônia- Anopheles darlingi”, disse Dr. Tadei.
SAIBA O QUE É NANOTECNOLOGIA
Nanotecnologiaé a ciência que projeta e desenvolve produtos e processos tecnológicos a partir de partículas minúsculas, na escala de nanômetros (1 milímetro é igual a 1 milhão de nanos). Para isso, os cientistas organizam átomos e moléculas a fim de dar origem a um produto, processo ou novo material.
Nanomêtro – Assim como o centímetro, o metro e o quilômetro, temos também o nanômetro, que é uma medida de comprimento. Ele é o comprimento ocupado por cinco a dez átomos dispostos em linha – o equivalente a um bilionésimo do metro. Para se ter ideia, um nanómetro é quanto cresce a barba de um homem no tempo que ele leva a levantar a gilete ao barbear-se.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Esta tecnologia não foi criada somente para ajudar na informática, mas para revolucionar de maneira geral em qualquer área onde fosse necessário. Hoje já temos a aplicação da nanotecnologia na Medicina, na Química, na Física quântica, nas indústrias que criam protótipos aeroespaciais, refinarias, entre outras.
Na medicina, um exemplo são os aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns. Além disso, a nanotecnologia também é muito utilizada para criar remédios.
CIÊNCIAemPAUTA, por Danyelle Soares
Edição: Carlos Fábio Guimarães