Amazonas contribui para estudos científicos sobre vírus da Hepatite B
CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento
Um estudo que avalia a reação do organismo de doadores de sangue infectados pelo vírus da Hepatite B visa auxiliar a comunidade científica a diagnosticar e identificar as características dos pacientes no Amazonas. A proposta é da pesquisa “Avaliação do perfil celular, humoral e molecular em doadores de sangue com sorologia reativa ao vírus da hepatite B (HBV) na cidade de Manaus”, desenvolvida pela professora mestre em Doenças Tropicais pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Laura Maia.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic/Hemoam). O estudo começou com uma prévia em 2012, antes de ser contemplado pela Fapeam, e continuará em 2013 avaliando as pessoas que doam sangue na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).
A coordenadora da pesquisa destacou que o Estado possui um alto índice de casos de Hepatite B. Segundo Maia, os doadores de sangue geralmente não sabem que estão infectados pelo vírus da doença, pois não conseguem identificar sintoma algum.
“O estudo inicia após o levantamento realizado pela sorologia do Hemoam que identifica quais os pacientes estão infectados pelo vírus. Depois que o paciente é informado sobre a doença, o nosso grupo explica o estudo e a importância da participação dele para o desenvolvimento da pesquisa”, explicou.
Estudos semelhantes estão sendo realizados em vários lugares do mundo, porém, segundo a professora, é extremamente necessário que cada estado faça o seu levantamento considerando as características genéticas da sua região, uma vez que essas informações contribuem para resultados diferenciados.
“O nosso objetivo é contribuir com a comunidade científica do mundo todo para conseguirmos um tratamento mais eficaz contra o vírus da hepatite B”, ponderou a professora.
Até 2016, o grupo de pesquisadores formado por três estudantes das áreas de Medicina e Biomedicina que fazem parte do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic-AM), irá concluir o trabalho onde será possível elaborar um diagnóstico e entender como é doador está lidando e/ou respondendo ao vírus da hepatite B.
ENTENDA O ESTUDO
Existem dois tipos de células (Linfócitos CD4 e CD8) que devem estar trabalhando juntas para eliminar o vírus da hepatite B. Quando a presença da célula CD8 é maior, ela mata o vírus eliminando-o do organismo. Porém, quando a outra célula, está maior, a tendência é que essa pessoa se torne um paciente crônico de hepatite B.
VACINA PREVINE HEPATITE B
A vacina contra hepatite B está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para faixas etárias específicas e para situações de maior vulnerabilidade como menores de um ano de idade, a partir do nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o parto e em crianças, adolescentes e jovens até 24 anos.
A partir dessa idade, a vacinação é feita somente por clínicas particulares. A imunização contra hepatite B é realizada em três doses: a segunda é realizada um mês depois da primeira aplicação e a terceira, cinco meses depois da segunda dose.
CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento