Amazonas terá Banco de Tecidos e Ossos para realização de transplantes

CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel e Cleidimar Pedroso.

Dois anos. Esse é o prazo previsto para a implantação do Banco de Tecidos e Ossos do Estado do Amazonas, o 1º da região Norte do País. A iniciativa garantirá uma rápida recuperação de vítimas de queimaduras, feridas ou lesões na pele que necessitam de prótese.

Para a diretora da Central Estadual de Transplantes, Leny Passos, o banco vai dar rapidez ao transplante de pele ou de ossos e diminuir a espera de pacientes. “A regeneração da pele evolui mais depressa que a regeneração natural, o que evita que o paciente fique muito tempo internado e possa ser infectado”, enfatiza a doutora.

A IMPORTÂNCIA DA DOAÇÃO

A procura e obtenção de órgãos para transplante é uma operação de alta complexidade. Cada vez que se inicia um processo de captação de doadores, se renova a esperança daqueles que aguardam a chegada de um órgão, vista como uma grande perspectiva de cura.

De acordo com dados divulgados pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde, o número de transplantes de órgãos cresceu 16,4% no Brasil. “O transplante de órgãos e tecidos é uma das mais importantes conquistas científicas da atualidade”, disse Passos.

A doação é um ato voluntário. Um único doador pode salvar ou melhorar mais de 50 vidas. Por exemplo, os ossos retirados de um doador, após seu falecimento, podem beneficiar aproximadamente 30 pessoas.

Compreender a grande quantidade de órgãos que podem ser doados pode encorajar potenciais doadores de órgãos. Cada órgão possui um tempo limite para ser transplantado ao receptor.

CAPTAÇÃO DE RECURSOS

O projeto iniciou e está em fase de captação de recursos pelo Programa de Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O programa consiste em apoiar, com recursos financeiros, projetos de pesquisa que visem à promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado.

Com os recursos, serão adquiridos equipamentos para captação, preparo e armazenamento da pele a ser transplantada, além de pesquisas sobre o processamento do tecido. Os pedidos serão atendidos por intermediação do Sistema Nacional de Transplantes.

Segundo Leny, “o desenvolvimento tecnológico e a pesquisa na área de bancos de tecidos e ossos fazem parte das atividades médicas, com o objetivo de aprimorar constantemente o conhecimento para a melhoria da qualidade de vida do paciente”.

PROCESSO DE RETIRADA

A retirada de tecidos e ossos só poderá ser efetuada em caso de morte do doador. O interessado em doar seus ossos e demais órgãos deve comunicar este desejo à família, pois somente poderá ser retirado algum órgão com a autorização de familiares.

A equipe realiza a triagem do doador para diagnosticar doenças transmitidas pelo sangue, como hepatite, aids, malária, entre outras, que podem infectar o receptor.

Após a triagem, a retirada do tecido, é realizada de áreas do corpo que não ficam expostas, como a região posterior das coxas e dorso. De tal forma que, retirando-se nessas condições e nessas localidades, não há nenhum constrangimento, porque essas áreas não serão visíveis nos doadores.

PARCERIA

O desenvolvimento tecnológico e a pesquisa na área de bancos de tecidos fazem parte das atividades da Secretária de Saúde do Estado do Amazonas em parceria com a Central Estadual de Transplantes, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel e Cleidimar Pedroso.