Amazonas terá software voltado para a educação de crianças com autismo

26/09/2012 A educação de crianças com a Síndrome do Autismo no Estado do Amazonas está perto de ganhar um novo aliado, isto porque pesquisadores de instituições locais estão desenvolvendo um software voltado exclusivamente para a educação dessas crianças. O projeto intitulado ‘Software educativo para crianças autistas: Lina Educa’, visa a explorar as possibilidades do uso da tecnologia, especialmente programas de computador (software) e dispositivos móveis (hardware) para facilitar a qualidade de vida de crianças autistas.

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A proposta foi aprovada pelo Programa Estadual de Atenção à Pessoa com Deficiência – Viver Melhor/Edital de Apoio à Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (Viver Melhor/Pró-Assistir) e vai receber financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) e Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped), como uma ação transversal do Governo do Estado do Amazonas.

De acordo com as autoras do projeto e pesquisadoras, Alice Gomes e Claudete Barbosa, o principal objetivo é levar para o meio digital uma abordagem já utilizada por pais e profissionais da educação especial, que é o ‘Método Teaccho’. "O aplicativo ou software será utilizado pela criança sempre com o acompanhamento de um adulto (pais ou educadores) até que a mesma se sinta segura em dar andamento sozinha", disse Alice Gomes.

Para Barbosa, o software vai ajudar a melhorar a qualidade de vida das crianças com Síndrome do Autismo, maximizando as chances de progresso e independência para a vida adulta. "Espera-se com o uso do aplicativo, facilitar o aprendizado dos conhecimentos básicos da alfabetização e contribuir para o desenvolvimento da capacidade de relacionamento e diversas práticas sociais", enfatizou Claudete.

Inclusão

As pesquisadoras garantem que o software, além de ajudar na inclusão escolar, vai auxiliar na educação de forma eficaz dentro das limitações que o autista apresenta.

O projeto está em fase de execução e conta com apoio financeiro, por meio de bolsa e auxílio-pesquisa, equivalente a R$ 183 mil, de acordo com o Edital 006/2012. Segundo as pesquisadoras, após a conclusão dos testes de usabilidade e de respostas do aprendizado, pretende-se disponibilizar o software no idioma português para download, por meio da internet, mediante um cadastro prévio dos interessados.

Barbosa, que é professora e pesquisadora do curso de Design da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com mestrado e doutorado em Engenharia de Produção, explicou que a ideia surgiu quando ela foi orientadora no projeto de monografia da aluna de graduação em Design Gráfico com ênfase em Programação Visual, pela Ufam, Alice Gomes, que tinha como produto final o desenvolvimento de um software para a educação especial de crianças autistas de nível severo.

O resultado do projeto foi apresentado no 4º Congresso Internacional de Pesquisa em Design, realizado no Rio de Janeiro (RJ), em 2007. "Após essa publicação nos anais do congresso, eu e a Alice começamos a receber e-mails de pais, pesquisadores e educadores de crianças autistas interessados em adquirir o software. Essas solicitações foram nosso maior incentivo em buscar financiamento para o projeto e tornar o software Lina Educa uma realidade", enfatizou.

Apoio da FAPEAM

Barbosa ressaltou a importância da Fapeam no desenvolvimento do trabalho. "Por meio da Fundação, foi possível tirar do papel um sonho e torná-lo realidade. Além de tornar o software uma realidade, a Fapeam está propiciando a disponibilização de uma ferramenta capaz de melhorar a qualidade do ensino lúdico para crianças com necessidades especiais, bem como o livre uso de novas tecnologias em plataformas móveis voltadas para auxiliar a educação formal e informal de autistas", ressaltou a pesquisadora.

Sobre o Programa Viver Melhor/Pró-Assistir 

É um programa financiado pela Fapeam, em parceria com a SECTI-AM e a Seped, com o objetivo de estimular a participação de pesquisadores vinculados a instituições e inventores (empreendedores, estudantes de Ensino Médio e graduação, graduados, especialistas, desenvolvedores independentes e pesquisadores sem vínculos institucionais), na produção de projetos de inovação voltados ao desenvolvimento de produtos assistivos, que possam contribuir para dar mais autonomia, independência e qualidade de vida às pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida. O Pró-Assistir integra as ações do Viver Melhor, programa lançado pelo Governo do Estado do Amazonas.

Outras informações sobre os projetos aprovados no Programa, clique aqui

Fonte: Agência Fapeam, por Rosa Doval