Ambulatório Digital de Dermatologia aumenta prevenção da hanseníase no interior do Amazonas

CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento

A Fundação Alfredo da Matta (Fuam) vai ampliar a prevenção da hanseníase em todo o Estado com a implantação do primeiro Ambulatório Digital de Dermatologia do Amazonas.  A meta é aumentar a oferta de consultas na área de dermatologia para as comunidades ribeirinhas, com mediação do programa Telessaúde, que viabiliza consultas à distância.

Segundo o diretor técnico da Fuam, Dr. Luiz Claudio Dias, o Ambulatório Digital é um projeto antigo que está sendo retomado em conjunto com o programa. “A Fundação Alfredo da Matta tem participado desde o início da fundação do polo Telessaúde e por alguns problemas técnicos e administrativos o processo teve uma descontinuidade”, disse.

Dias informou que a coordenadora do Ambulatório, Dra. Adriana Rapouso, é a profissional responsável por fazer a interação entre os profissionais de saúde alocados no interior com os especialistas em dermatologia da Fuam.  Além disso, o Ambulatório possibilita, de acordo com a demanda dos municípios do interior, o atendimento médico e exames especializados por meio da transmissão de imagens às unidades de saúde, não sendo necessário aos moradores dessas localidades se deslocarem até a capital.

COMO FUNCIONA O AMBULATÓRIO DIGITAL?

O profissional de saúde que está no interior e encontra uma determinada dificuldade, relata o caso por meio do Ambulatório Digital para o médico coordenador do programa. Diante das informações encaminhadas, o coordenador faz a triagem e a leitura do caso, identifica a situação e encaminha para um especialista. O especialista estuda o caso e envia novamente para o profissional que está no interior com sua opinião, dúvida e manejo terapêutico.

“No caso dos médicos ele encaminha dentro das especialidades médicas. Se for uma situação de enfermagem, ele vai encaminhar para um enfermeiro de acordo com a sua especialidade. Se for uma situação de odontologia, ele encaminha para o odontólogo, ou seja, de acordo com cada uma das situações”, esclareceu Dias.

Este processo, chamado de “Segunda Opinião Formativa”, além de ajudar na discussão dos casos, oportuniza um aprendizado através da troca de informações, pois os especialistas da capital também indicam artigos para a atualização do profissional sobre a situação relatada.

POLO DE TELEMEDICINA DA AMAZÔNIA

Telessaúde

Em 2012, o programa Telessaúde passou a atender cerca de 61 municípios do Amazonas (Foto: Reprodução)

O programa Telessaúde começou em 2008 com o atendimento a 15 municípios do Amazonas. Em 2012, o programa passou a atender cerca de 61 cidades do interior do Estado.

O programa possui equipamentos que permitem a transmissão de dados, de imagens e de voz entre as unidades de saúde nos municípios e os núcleos do Polo de Telemedicina da Amazônia, que funcionam no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM) e agora também na Fundação Alfredo da Matta.

Estatísticas realizadas em 2012 mostraram que através do sistema já foram realizados mais de 134,5 mil exames de eletrocardiogramas, e 580 teleconsultas nas mais diversas especialidades médicas.

Por meio da tecnologia, o clínico geral, que atende o paciente numa unidade básica de saúde do interior, entra em contato com especialistas da capital em tempo real, permitindo uma avaliação mais precisa do paciente.

CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento