Atividades do RH-TI e Pró-Engenharias iniciam hoje

05/07/12 – Hoje, às 15h, iniciam as atividades do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias) e do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação (RH-TI). A abertura da solenidade dos programas será realizada no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), no Centro de Manaus.

Com investimentos da ordem de R$ 1,6 milhão (R$ 800 mil para cada programa), o Pró-Engenharias e o RH-TI consistem em uma iniciativa do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM) e Secretaria do Estado de Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas (Seduc).

Os programas consistem em estimular estudantes da rede pública de ensino, a partir do segundo ano do Ensino Médio, a seguirem carreiras acadêmica e profissional, respectivamente, nas Engenharias e na área de Tecnologia da Informação, por meio de atividades orientadas em escola da rede pública estadual de ensino sediada na cidade de Manaus.

Segundo a diretora-presidenta da Fapeam, Maria Olívia Simão, a meta é investir na formação de massa crítica que contribua com o crescimento da inovação tecnológica no Estado. “Sem engenheiros não fazemos industrialização. Iremos identificar talentos e ajudá-los no processo de formação. A ação será realizada por meio dos programas RH-TI e Pró-Engenharias”, pontuou.

De acordo com ela, apesar dos dois programas serem distintos, eles são estratégicos na indução à formação nas duas áreas, no caso das engenharias ele destacou que um dos motivos das ações é a carência dos profissionais nessa área, além de ser um campo estratégico para o desenvolvimento do Estado e do País.

“Por conta da carência de engenheiros formados e com perfil de inovação e pesquisa, estamos realizando essas atividades. O foco é fazer com que os alunos desde o Ensino Médio já se identifiquem com a área e comecem a pensar como um engenheiro para se tornar um profissional diferenciado”, frisou.

Segundo o titular da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), Odenildo Sena, o Brasil passa por dificuldades devido à carência de profissionais na área das Engenharias, o que já compromete o desenvolvimento do país, uma vez que é nessa área que surgem as inovações tecnológicas. “Diante desse fato, gestamos esses programas (SECTI-AM e Fapeam) e convidamos a Seduc para integrar essa ação”, completou Sena.

“Vale destacar que esses programas são especialíssimos, pois com essas características, são inéditos no país e acreditamos que os mesmos têm tudo para motivar os alunos e professores a trilhar essa estrada para o ensino das Engenharias, continuar ao longo do ensino superior e se houver interesse, na pós-graduação”, afirmou. De acordo com Sena, o projeto-piloto será iniciado com duas turmas, mas a ideia é sensibilizar outras instituições a assumir novas turmas de maneira a aumentar o contingente de alunos nessas áreas.

No total, 80 estudantes (40 para cada área) serão beneficiados com bolsa mensal de Iniciação Científica Júnior Especial, no valor de R$ 190, durante os dois anos do Ensino Médio. Caso o estudante seja aprovado em cursos ofertados por universidade pública, ele receberá durante o primeiro ano de graduação pelo programa, ao qual estiver vinculado, uma bolsa de R$ 360.

As atividades vão contar com o auxílio de 12 professores da rede pública de ensino, além de dois doutores, um da área de TI e outro de Engenharia, e mais oito tutores (quatro para cada área), que serão alunos de graduação oriundos de universidades públicas do Amazonas.

Atividades

Durante todo o segundo semestre deste ano e todo o ano letivo do próximo, cada um dos alunos selecionados se dedicará às atividades. Para isso, a Seduc, por meio do IEA, montou toda uma estrutura de salas de aula e laboratórios para receber os estudantes pelo menos três vezes por semana para a realização de atividades práticas exclusivas correspondentes às disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Física, Química e Filosofia, trabalhadas de forma interdisciplinar por professores da rede pública.

As bolsas e o auxílio-financeiro para custear as atividades dos programas são financiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Fapeam. Os recursos para o financiamento do programa RH-TI são provenientes de um convênio firmado entre a Fapeam e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A matemática é o setor tecnológico

O projeto desenvolvido no Estado do Amazonas converge com os dados apresentados numa reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, em 27 de junho, que aponta que a falta de capacitação da mão de obra, principalmente em matemática, pode frustrar a expectativa do setor de tecnologia de aumentar as exportações em 8% ao ano.

A reportagem cita que com o mercado de trabalho empregando 1,2 milhão de profissionais, o Brasil forma 85 mil, segundo a Brasscom (associação das empresas de tecnologia). O México, principal rival regional, forma 115 mil profissionais da área e tem 600 mil vagas.

Para mover o setor, que cresce 10% ao ano, mas ainda exporta pouco, as empresas precisam de funcionários capacitados. A Brasscom calcula que o País fechará o ano com 115 mil vagas abertas.

Os dados fazem parte do ‘Estudo Comparativo sobre o Ambiente Institucional de Negócios na América Latina’, apresentado durante o Encontro Nacional do Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), que apontou características entre os países mais competitivos. O estudo aponta que os pontos fracos nessa área são a instabilidade cambial e o alto custo de eletricidade e de serviços de telecomunicação. Nenhum dos gargalos, no entanto, se compara ao da mão de obra, amplificado pela deficiência na educação básica. A dificuldade em lidar com problemas de matemática reduz ainda mais a quantidade de profissionais que podem ser contratados.

Mercado de TI

Com receita de US$ 102 bilhões, o mercado interno brasileiro de TI é o maior entre latinos e o sétimo do mundo. Alguns pontos fracos do Brasil podem atrapalhar, como a falta de formação básica.

Para trabalhar com TI, é necessário, por ordem de importância, ter domínio de matemática, de lógica de programação (para escrever linhas de código) e de inglês.

Segundo Bruno Guiçardi, diretor de operações da Ci&T, empresa sediada em Campinas, até o ano passado a empresa fazia uma curso de qualificação com 400 estudantes, mas ao final conseguia reter apenas 10%.

Depois de tantas tentativas infundadas, professores relataram que o problema era, na verdade, a deficiência dos alunos em matemática, contou Guiçardi.

 

Outras informações sobre os programas podem ser conferidas nos editais: PRÓ-ENGENHARIAS e RH-TI .

Fonte: Agência Fapeam, por Esterffany Martins (Com informações da Folha de São Paulo e do CIÊNCIA em PAUTA/SECTI-AM)