Bateria comestível alimenta implantes e sensores médicos
Naquilo que parece ser o cúmulo da preocupação com a reciclagem, pesquisadores criaram circuitos eletrônicos que podem ser comidos, passando por uma autêntica ‘reciclagem biológica’ depois de cumprirem suas tarefas.
Em 2009, a equipe do professor Christopher Bettinger criou seus primeiros chips biodegradáveis, abrindo a possibilidade de criar implantes temporários que podem se dissolver no corpo humano.
Agora, a equipe da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, construiu um circuito usando unicamente materiais comestíveis, totalmente digeríveis.
Como o objetivo final é produzir dispositivos médicos eletronicamente ativos, que possam ser implantados e depois se dissolvam espontaneamente no corpo humano, eles se concentraram no projeto da fonte de energia.
Ou seja, os pesquisadores criaram uma bateria comestível – as baterias são de longe a maior preocupação em qualquer implante biomédico, devido à toxicidade dos materiais usados para armazenar e fornecer energia.
“A ideia de fazer baterias comestíveis tem o objetivo de construir fontes de energia para dispositivos médicos que possam ser tomados oralmente – tornando-os não invasivos – usando materiais que são ingeridos na dieta normal,” disse Bettinger.
BATERIA COMESTÍVEL
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A bateria, o primeiro componente da “eletrônica comestível”, poderá alimentar biossensores que vão detectar patologias específicas, ou monitorar a função gástrica ou intestinal. (Imagem: Kim et al./JMCB)
A bateria comestível foi fabricada com eletrodos flexíveis de polímero conectados a células eletroquímicas de sódio.
“A pílula terá a forma similar à de uma vitamina. Dependendo do seu invólucro, ela será programada para entrar em funcionamento quando chegar ao estômago ou ao intestino delgado”, disse o pesquisador.
Assim que for ativada, a bateria poderá alimentar biossensores que vão detectar patologias específicas, ou monitorar a função gástrica ou intestinal.
Outra possibilidade é usar a bateria comestível para estimular tecidos para uso em terapias de recuperação muscular ou nervosa.
Os protótipos geraram tensões de 0,6 volt e correntes entre 5 e 20 miliamperes. Cumprida sua função, a bateria segue o caminho através do restante do trato gastrointestinal.
Fonte: Site Inovação Tecnológica