Bolsistas do ‘Ciência sem Fronteiras’ falam sobre experiência no exterior
Agência CT&I Amazonas, por Luís Mansuêto
Recife (PE) – Os relatos de experiências profissionais, culturais e o conhecimento adquirido durante o programa Ciência sem Fronteira (CsF) se destacaram na sessão especial ‘Impactos e relatos de bolsistas do Ciência sem Fronteira’. O encontro reuniu, na quarta-feira (24/07), dez ex-bolsistas que participaram de intercâmbio nos Estados Unidos, Alemanha, Austrália e Coreia do Sul. Os estudantes falaram sobre o processo de adaptação à nova cultura e ao idioma, os trabalhos desenvolvidos nas universidades em que estudaram e de qual forma o conhecimento adquirido poderá ser aplicado em instituições brasileiras.
A sessão foi coordenada pela presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, e fez parte da programação da 65ª Reunião Anual da instituição, que ocorre na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife. A ideia da sessão surgiu a partir de críticas feitas pela própria presidente da SBPC, que decidiu abrir espaço para os ex-bolsistas contarem suas experiências. “Trata-se de um programa ousado, uma vez que deseja enviar ao exterior mais de 100 mil estudantes. Consequentemente, o impacto real só será sentido no futuro”, salientou Nader.
Estudante de Biotecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Társis da Silva Souza, um dos ex-bolsistas do CsF, contou a experiência vivida na Kent State University, em Ohio (EUA). Ele explicou que a faculdade americana não tem curso específico sobre Biotecnologia, por isso, estudou conteúdos relacionados à saúde. “Tive a oportunidade de aprender sobre o funcionamento do câncer e os tratamentos adequados. Também fiz matérias sobre Bioenergética, o funcionamento da célula e como o conhecimento pode ser aplicado na pesquisa”, explicou.
Durante a estada nos EUA, Souza estagiou em dois laboratórios. No primeiro trabalhou com imunologia com ênfase na diferenciação celular, e, no segundo, conheceu pesquisas sobre biomateriais, superfícies para regeneração do sistema nervoso periférico.
Finalista do curso de Biotecnologia, Souza explicou que quando uma pessoa perde algum membro, os cientistas tentam unir o novo membro sintético com o organismo por meio de cultura de neurônios no prostético. “O conhecimento pode ser utilizado no Pará. Podemos trabalhar com biomateriais da região, por exemplo, como os resíduos do caroço de açaí. Há pesquisadores na região amazônica que trabalham na elaboração de novas moléculas sintéticas, a partir de resíduos, na regeneração tecidual ou neuroprostético”, destacou.
Participaram do encontro o Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, além dos presidentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Glaucius Oliva e Jorge Almeida Guimarães, respectivamente.
Agência CT&I Amazonas, por Luís Mansuêto