Brasil adere a esforço internacional para estudo de galáxias

O Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA) se une a outras instituições internacionais na elaboração de uma proposta com a finalidade de realizar um levantamento espectroscópico com seis anos de duração.

O objetivo do projeto é obter dados que permitam a produção de uma amostra de 75 mil redshifts de alta qualidade para galáxias representativas de uma amostra profunda.

A determinação da distância (mais precisamente, o redshift) das galáxias é um dos elementos chave no estudo da energia escura. Em levantamentos puramente fotométricos (sem observações espectroscópicas das quais se pode extrair o redshift do objeto) a forma de se fazer isso é por meio de técnicas de determinação do redshift baseado puramente nos dados fotométricos (photo-z).

Para aferição e avaliação de desempenho das distintas metodologias determinadoras de photo-z, precisa-se de uma amostra com redshifts determinados espectroscopicamente, que são mais precisos. A amostra em questão é crítica para a calibração dos redshifts fotométricos que serão usados na análise de diversos levantamentos fotométricos em andamento e futuros, como o Dark Energy Survey (DES) e o Large Synoptic Survey Telescope.

Ao LIneA caberá a curadoria dos dados, assim como a produção de catálogos combinando informações provenientes de diferentes levantamentos. A proposta, enviada ao programa Public Spectroscopic Surveys, do European Southern Observatory (ESO), usará o instrumento Vimos montado num dos Very Large Telescopes (quatro telescópios com 8,5 metros de abertura cada, situados no Chile).

O LIneA envolve o Observatório Nacional (ON/MCTI), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI) e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O laboratório interinstitucional foi criado com a finalidade dar suporte à participação brasileira em experimentos científicos usando os dados provenientes de grandes levantamentos astronômicos – os projetos DES e Sloan Digital Sky Survey 3.

Fonte: LIneA