Brasil conquista duas medalhas de ouro e três de prata na 4ª edição da OLAA

27/09/2012 – O Brasil conquistou duas medalhas de ouro e três de prata na 4º edição da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), realizada em Barranquilha, Colômbia, de 9 a 15 deste mês.

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Todos os cinco integrantes da delegação brasileira ganharam medalha, a começar pelo ouro obtido por Amanda Seraphim (SP) e Weslley da Silva (PI), e a  prata, garantida por Larissa de Aquino (PE), Luis Fernando Valle (SP) e Victor Venturi (SP). Do evento, participaram jovens de oito países (Argentina, México, Brasil, Paraguai, Chile, Uruguai, Colômbia e Bolívia).

As provas da OLAA se basearam em conhecimentos e habilidades nas áreas de astrofísica, astronáutica, cosmologia, história da astronomia, elementos de astronomia de posição, astronomia observacional, sistema solar, manejo de telescópio e análise de dados.

Treinamento intensivo

Antes da competição, a equipe brasileira passou por um treinamento intensivo, sob orientação de astrônomos e ex-participantes de olimpíadas. Além dos professores Júlio César Campagnolo (Observatório Nacional) e Luciana Antunes Rios (CBPF), das unidades de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a coordenação das aulas foi feita pelos professores Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); Luciana Antunes Rios, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Julio Klafke, da Universidade Paulista (UNIP) e Pâmela Marjorie C. Coelho, coordenadora da Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog)

Após a divisão em grupos de estudos, foram realizadas oficinas de atividades e observação do céu noturno por instrumento e de maneira panorâmica a olho nu. Os jovens aprenderam a montar e a manusear um telescópio newtoniano, fizeram simulados de provas anteriores e tiveram aulas de ciências espaciais, como, por exemplo, astronomia de posição e análise de dados.

Na oportunidade, os alunos aprenderam a construir foguetes à base de garrafas pet e a utilizar papelão como aletas (pequenas asas que dão equilíbrio ao corpo do foguete), bexiga e tecido TNT. A base de lançamento dos protótipos foi elaborada com cano de PVC, bico de bicicleta, mangueira de aquário e arame.

O lançamento de foguetes é uma das provas da OLAA com bastante peso na pontuação. Exige muita concentração, habilidade e disponibilidade para o trabalho em equipe. Os participantes são avaliados em grupo e individualmente.

Intercâmbio de conhecimento

Segundo o líder da equipe e coordenador nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), João Canalle, a iniciativa visa a incentivar o intercâmbio de conhecimento entre alunos e experiências didáticas entre professores-líderes, ao invés da competição entre os países.

"Por meio desse evento, desejamos unir as nações, fomentar e popularizar a astronomia e a astronáutica nos países participantes. A olimpíada também tem o intuito de compartilhar o ensino das ciências espaciais com todos os membros, além de identificarmos, com maior clareza, as diferentes culturas do nosso continente", ressalta Canalle.

Durante o evento, os participantes conheceram o Planetário de Barranquilla, o Centro Interativo de Ciência Combarranquilla, a Universidade Livre, a Berckley International School e o Museu do Caribe.

História

A Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica foi criada em outubro de 2008 na capital uruguaia, Montevidéu. O Brasil já foi sede da OLAA por duas vezes, o mesmo que a Colômbia. Em agosto último, o Rio de Janeiro sediou a 6ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que ocorreu no Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), que reuniu 160 estudantes de 27 nacionalidades.

Já a OBA é organizada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). O grupo responsável é constituído pelos astrônomos João Batista Garcia Canalle (UERJ), Thaís Mothé-Diniz (UFRJ), Helio Jacques Rocha-Pinto (UFRJ), Jaime Fernando Villas da Rocha (UNIRIO) e pelo engenheiro aeroespacial José Bezerra Pessoa Filho (IAE).

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Fonte: MCTI/Ascom da OBA