Brasil e França firmam convênio na área de tecnologia da informação
02/12/2011 – O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ganhará novo fôlego no país com a assinatura de um convênio guarda-chuva entre o Brasil e a França, que possibilitará o intercâmbio entre pesquisadores de ambos os países. A assinatura ocorreu nesta quinta-feira (01/11), pela manhã, em Manaus (AM), durante o Fórum conjunto do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
Ao todo, 14 Estados serão beneficiados, os quais terão autonomia para determinar quais áreas de pesquisa serão contempladas. No Amazonas, as ações se concentraram na formação de recursos humanos e no fortalecimento do setor de informática e inovação tecnológica do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Assinaram o documento o titular da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECTAM) e presidente do Consecti, Odenildo Teixeira Sena, o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Mário Neto Borges, o representante do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), Jean Pierre Briot, e do Instituto Nacional de Pesquisa em Informática e Automação (INRIA), Pierre Alexandre.
Conforme Borges, a ciência não acontece de um dia para outro. O Amazonas tem demonstrado isso ao investir na formação de doutores e tendo crescido mais do que os outros Estados. Precisamos abrir as portas para a internacionalização da região. “Se o Brasil quiser ter um papel importante precisa se articular internacionalmente sem esquecer os problemas internos”, salientou.
A assinatura do convênio irá fortalecer a parceria já existente entre o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França (IRD), pertencente ao INRIA, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), de acordo com a diretora presidenta da FAPEAM, Maria Olívia Simão. Ela destacou a trajetória de parcerias nacionais já realizadas e a estruturação da FAP obtida ao longo dos anos. “Hoje, estamos prontos para firmar os convênios internacionais para alavancar o desenvolvimento do Amazonas”, pontuou.
O convênio, segundo Maria Olívia Simão, possibilitará o intercâmbio e a atração de recursos humanos para o Estado. Ela explicou que a agenda de pesquisas foi estabelecida com base nas experiências dos atores envolvidos. “Nosso interesse é na área de TIC, uma vez que necessitamos desenvolver e melhorar as tecnologias da informação na região. Temos interesse em desenvolver ações para a solução dos problemas das doenças negligenciadas, por isso, hoje, também iremos fechar parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates”, afirmou a diretora-presidenta.
Conforme o titular da SECTAM e do Consecti, Odenildo Sena, os próprios secretários estaduais e presidentes de FAP vão decidir qual o caminho a seguir e quais áreas irão privilegiar. “O cardápio está à mesa. Agora, os Estados decidem o delineamento dos convênios. Há possibilidades de pesquisas em múltiplas áreas e formação de recursos humanos nas competências de cada parceiro”.
Delineamento do Convênio
O diretor técnico-científico da FAPEAM, Jorge Porto, explicou que a ideia da parceria internacional nasceu durante a última reunião do Fórum Consecti e Confap, realizado em João Pessoa (PB), na segunda quinzena de agosto. Na ocasião, foram apresentados os resultados positivos do convênio com outras FAPs do país e discutido a possibilidade de extensão da parceria às que não participaram da primeira fase.
“O convênio é estratégico para o Amazonas, pois são ações alinhadas com os programas de desenvolvimento do Governo do Estado para o fortalecimento do PIM, bem como para os Programas de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação (PROTI), os quais foram lançados hoje. Os programas serão em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), e irão reforçar a visão estratégica da FAPEAM na área de informática, tecnologia da informação e automação”, informou.
Quanto à parceria com as instituições francesas CNRS e INRIA, conforme Porto, os pesquisadores brasileiros poderão ir à França e franceses poderão vir ao Brasil desenvolver projetos em conjunto. Ele explicou que os cientistas de ambos os países precisarão apresentar projetos juntos às agências de fomento. Caso aprovados, terão direito a passagens, bolsas e auxílio pesquisa.
“O modelo do edital ainda não está definido. Contudo, com base nas experiências anteriores, os pesquisadores poderão realizar viagens de curta duração (semanas), podendo ser estendidas por um período de 12 meses. Todas as instituições de ensino e pesquisa que tenham interesse em concorrer ao edital poderão submeter projetos em conjunto com as instituições francesas”, pontuou.
Foto: Mário Neto/Confap, Odenildo Sena/Consecti e Maria Olívia Simão/FAPEAM (Crédito: Ricardo Oliveira)
Fonte: Agência Fapeam, por Luís Mansuêto