Brasil quer desenvolver sistema de alerta contra inundações

Segundo as Nações Unidas (ONU), o Brasil está entre os países que mais sofrem com catástrofes climáticas. Foto: Reprodução

A criação do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais promete marcar uma nova fase na prevenção de enchentes no Brasil. Entre as principais estratégias de prevenção do plano, lançado ano passado, está a instalação de três mil pluviômetros até 2014 e novas estações meteorológicas.

Segundo as Nações Unidas (ONU), o Brasil está entre os países que mais sofrem com catástrofes climáticas. Há muito por fazer para melhorar a infraestrutura do país contra enchentes. Uma das principais especialistas em desastres no mundo, a consultora da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir, acredita que é preciso fortalecer as ações de educação.

“Eu penso que os principais problemas do Brasil no futuro serão as inundações. E o país precisará ter políticas específicas”, disse Guha-Sapir.

Na avaliação é necessário estabelecer uma prioridade para o tema. A catástrofe em Nova Friburgo, em 2011, foi a maior em número de vítimas no país, com mais de mil mortos.

DIFICULDADE DE PREVISÃO

“O que falta no Brasil, e que tentamos desenvolver, é um sistema de alerta para inundações bruscas, que podem acontecer em questão de horas, ou enxurradas”, observa o coordenador geral do Centro Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (Cemaden), Marcelo Seluchi.

Elas são muito difíceis de serem previstas e antecipadas, porque são provocadas por chuvas muito pontuais, rápidas e abundantes. Por isso, precisam de um sistema de radares muito bem calibrado para detectar, explica o especialista. Criado em 2011, o Cemaden é vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e tem como tarefa alertar para fenômenos naturais com potencial de causar mortes.

“O Brasil conseguiu, pelo menos nesse um ano e meio em que o Cemaden está funcionando, ter um sistema com pessoas trabalhando 24 horas por dia, os 365 dias do ano, uma equipe multidisciplinar olhando para a possibilidade de enchentes”, diz Seluchi.

Fonte: G1