Brasil se prepara para o 6º Fórum Mundial de Ciência

Cientistas, estudantes, gestores e representantes da sociedade participam, a partir de hoje (29), em Belo Horizonte, da segunda reunião preparatória para o evento. Discutir o papel da “Ciência para o desenvolvimento global”. Esse é o objetivo do 6º Fórum Mundial de Ciência (FMC), que será realizado, no Rio de Janeiro, nos dias 25 e 26 de novembro de 2013.

É a primeira vez que o evento será realizado fora da Europa. A novidade tem mobilizado cientistas, estudantes, gestores e representantes da sociedade brasileira, que participam de reuniões preparatórias para levantar sugestões e recomendações a serem debatidas no encontro internacional.

PREPARAÇÃO

Hoje (29) e na terça-feira (30), ocorre em Belo Horizonte a segunda reunião preparatória para o evento, com a participação da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias, do diretor de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis/MCTI), Ildeu Moreira e do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis.

Ao todo estão previstas sete reuniões neste período de um ano. A primeira aconteceu no final de agosto, em São Paulo. Agora, é a vez da capital mineira sediar as discussões, que serão na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O próximo encontro acontecerá em Manaus (AM), de 28 a 30 de novembro. As próximas reuniões serão na Bahia, em Pernambuco, em Porto Alegre e em Brasília.

Os encontros são realizados por um grupo de trabalho, envolvendo governo, entidades da área científica e conselhos ligados às secretarias estaduais de ciência e tecnologia, fundações de apoio à pesquisa, entre outras instituições. “Esperamos, ao final, produzir um documento e um manifesto que será lido no fórum em 2013”, afirmou Elias, que integra a mesa solene de abertura do evento desta segunda-feira.

RECONHIMENTO

Para Elias, a escolha pelo Brasil é o reconhecimento pleno do avanço obtido pelo País na área, que hoje ocupa a 13ª posição no ranking mundial na produção de artigos científicos nos melhores periódicos internacionais.

O representante do MCTI identifica, ainda, o deslocamento do evento para a América Latina como resultado do esforço brasileiro e dos países da região na promoção de mudanças estruturais no aspecto da formação de recursos humanos; da capacidade de infraestrutura de pesquisa e laboratorial interna; e da ampliação da importância do conhecimento como gerador do processo de competitividade para suas economias.

Ele conta que os representantes latino-americanos tiveram uma participação efetiva no Fórum de Budapeste, em 2009, quando elaboraram um documento comum, mostrando o avanço da ciência em seus países. “Então, esse fórum que se realizará em novembro de 2013 é significativo para que possamos avançar, cada vez mais, e estruturalmente, na questão do conhecimento em nosso país. Esse evento pode representar um marco. Um divisor que ampliará, cada vez mais, essa participação”, frisa Elias.

EDUCAÇÃO

Na terça-feira (30), especialistas vão debater sobre o tema “Desafios para o desenvolvimento científico e tecnológico nos trópicos”. A proposta é abordar questões como habitação, transporte, emprego, meio ambiente e o papel da ciência e tecnologia na busca por soluções sustentáveis, além de questões relativas à ética na produção científica, à educação e ao acesso ao conhecimento.

O diretor de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do MCTI, Ildeu Moreira, participa, às 9h, do painel “Educação em ciência e acesso ao conhecimento”, no auditório da reitoria da UFMG. O debate tem como proposta abordar mecanismos que assegurem o efetivo acesso da população ao conhecimento científico.

Na palestra “Museus e centros de ciência: espaços alternativos para difusão e acesso ao conhecimento”, Moreira falará sobre a importância dos museus e dos espaços de ciência para a popularização do conhecimento. A ideia é discutir como políticas – para estimular, renovar, criar e desenvolver espaços de ciência e cultura – são importantes para o Brasil e para o mundo.

“Essa é uma atividade que acontece no mundo inteiro. Os museus da Europa e dos Estados Unidos, por exemplo, são instrumentos importantes de formação de uma cultura científica, de discussão da política, de interdisciplinariedade e de apoio ao sistema formal de ensino”, aponta o físico, coordenador da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evento realizado pelo MCTI desde 2004 com o objetivo de popularizar a ciência em todo o País.

Em Belo Horizonte, o encontro preparatório é organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) com a UFMG, a ABC e a SBPC. Para outras informações, acesse o site http://fmc.cgee.org.br/.

 

Fonte: Jornal da Ciência (Ascom do MCTI)