Brasil sediará um dos encontros mais importantes do mundo na área de física
A 33ª edição da ICRC (International Cosmic Ray Conference) – um dos maiores, mais importantes e mais tradicionais encontros de física do mundo – será realizado entre 2 e 9 de julho no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Com a presença de aproximadamente mil cientistas de todo o mundo, o encontro discutirá os mais recentes resultados ligados à física dos raios cósmicos, do Sol, das explosões de raios gama e da matéria escura. As inscrições e submissão de trabalhos se encerram no dia 1º de março.
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A primeira edição do ICRC ocorreu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial,e, desde então, tem acontecido a cada dois anos. Os dois últimos encontros foram em Pequim (China), em 2011; e Lodz (Polônia), em 2009.
MISTÉRIOS DA NATUREZA
O ICRC se dedica a tópicos tradicionalmente ligados à física dos raios cósmicos e à astrofísica de altas energias e de partículas. Mas ela também atrai cientistas que trabalham com temas ligados a raios gama e neutrinos. Este ano, no Brasil, pela primeira vez, haverá a participação da comunidade que estuda a misteriosa matéria escura. Por essa razão, o ICRC adotou o subtítulo ‘A Conferência da Física de Astropartículas’. Estão planejadas mais de 300 palestras científicas – em sessões plenárias e paralelas -, bem como diversas palestras para o grande público.
ORGANIZAÇÃO
A edição brasileira do ICRC está sendo organizada pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) – órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) -, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Sociedade Brasileira de Física, com patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelas Fundações de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) e de São Paulo (Fapesp).
ENTREGA DE PRÊMIOS
No ICRC, são tradicionalmente apresentados os prêmios da IUPAP (União Internacional de Física Pura e Aplicada) para a pesquisa em física de raios cósmicos e astrofísica de partículas.
TRADIÇÃO
Ano passado, foram comemorados os 100 anos da descoberta da origem dos raios cósmicos. Os experimentos que levaram à conclusão sobre a origem extraterrestre dessa radiação renderam ao físico austríaco Victor Hess (1883-1964) o Nobel de Física de 1936. O Brasil tem ampla tradição nas áreas relacionadas ao encontro, com pesquisadores envolvidos em diversas colaborações científicas internacionais dedicadas ao estudo das partículas mais energéticas do universo, como o Observatório Pierre Auger, na Argentina (www.auger.org); o laboratório europeu CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), na Suíça (www.cern.ch); e o CTA (Cherenkov Telescope Array ou Rede de Telescópios Cherenkov) (www.cta-observatory.org), o mais importante experimento de astrofísica de altas energias da próxima década e cujas operações devem se iniciar até 2018 – com grande chance de ser instalado na América do Sul.
A física de raios cósmicos teve como um dos seus pioneiros no Brasil o físico César Lattes (1924-2005), fundador do CBPF em 1949 e um dos descobridores, no final da década de 1940, do chamado méson pi, partícula que serve como ‘cola’ dos prótons e nêutrons, mantendo o núcleo atômico coeso.
Fonte: Jornal da Ciência