CGEE lança coletânea na SBPC em homenagem a Bertha Becker
Agência CT&I Amazonas, por Carlos Fábio Guimarães
Recife (PE) – Referência internacional na área de geografia política, principalmente em estudos sobre a Amazônia, a geógrafa Bertha Becker foi homenageada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que lançou uma coletânea de artigos da pesquisadora, na tarde da quinta-feira (25/07), durante a 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A pesquisadora faleceu no último dia 13 de julho, aos 83 anos. Becker era uma ardorosa defensora de que o desenvolvimento da Amazônia, obrigatoriamente, necessita dos elementos considerados por ela indispensáveis: ciência, tecnologia e inovação. A coletânea reúne, em CD, alguns textos publicados e outros inéditos da pesquisadora, dos anos de 2006 a 2012, período em que o CGEE contou com a colaboração da cientista.
Confira aqui as contribuições de Bertha Becker aos estudos do CGEE.
Na ocasião, o presidente do CGEE, Mariano Laplane, ressaltou o ‘olhar especial’ de Becker pela Amazônia. “A contribuição dela foi fundamental. Sempre com base no conhecimento, na experiência intelectual e na reflexão, como também na capacidade de alinhar conhecimento, políticas e desenvolvimento, transformando as ideias em ações públicas, no que acreditava ser necessário para o desenvolvimento”, afirmou.
FUTURO DA AMAZÔNIA
Durante a homenagem, a geógrafa Adma de Figueiredo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), relembrou a atenção preferencial da pesquisadora em relação à região amazônica. Segundo ela, para Becker, a região constituía um componente de poder para o Brasil enquanto Estado Nação, de enorme importância econômica e geopolítica.
Figueiredo disse, ainda, que a cientista não abria mão quando pregava para o futuro da Amazônia a defesa da floresta e de seus povos, não por meio do isolamento ou da “conservação intocada”, mas por um novo modo de produzir e do uso do território baseados na CT&I, que poupe ao máximo os recursos naturais. “Becker não tinha medo de associar a preservação da Amazônia à ciência”, comentou.
IDEIAS VISIONÁRIAS
Em sua homenagem, Figueiredo ainda citou as ideias visionárias de Becker em relação à região. A primeira era a estratégia de desenvolvimento não por meio do isolamento produtivo, mas sim pela utilização de seus recursos a partir de técnicas e práticas do século XXI, que não destruam a natureza e atualizem o saber milenar da população amazônica.
A segunda era fazer de Manaus uma “cidade mundial amazônica” capaz de se constituir na interface operacional da valorização dos serviços ambientais avançados da globalização. “Para Becker, Manaus seria a cidade mundial da marca Amazônia”, completou Figueiredo.
Por último, Becker pregava a criação de uma rede de cidades da Amazônia que, a partir de iniciativas inovadoras, reverteriam o uso predatório dos recursos naturais. Essa rede era denominada pela cientista de “Cordão de blindagem flexível do Coração Florestal”.
As pessoas interessadas em adquirir a coletânea poderão acessar o portal do CGEE ou enviar e-mail para o Centro. Será enviado um exemplar gratuito ao interessado.
Agência CT&I Amazonas, por Carlos Fábio Guimarães