China e Brasil negociam renovar acordo de cooperação em satélites

09/07/2012- O Brasil e a China começaram, na última semana, as negociações para a renovação do programa de cooperação espacial, responsável pelo lançamento de três satélites nos últimos 24 anos.

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A continuidade foi acertada no encontro recente entre a presidente Dilma Rousseff e o premiê chinês, Wen Jiabao, às margens da Rio+20. Caso haja um novo acordo, ele só entrará em vigor após o lançamento de mais dois satélites no programa atual.

O Cbers-3 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) deve entrar em órbita, em dezembro, e o Cbers-4 em 2014. Chefe da comitiva que visitou Pequim nos últimos dias, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, disse que o primeiro passo é a formação de um grupo de trabalho para fazer uma proposta. A meta é aprová-la em meados do próximo ano.

Outro objetivo da visita, segundo Raupp, que era presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) até virar ministro, foi "envidar esforços para que os Cbers-3 e Cbers-4 sejam lançados na data prevista. Chega de atraso". A previsão inicial era que o Cbers-3 fosse lançado em 2009.

O projeto de cooperação espacial é a parceria mais antiga entre Brasil e China. Já foram lançados o Cbers-1 (1999), o Cbers-2 (2003) e o Cbers-2B (2007). Todos produzem imagens da Terra para obter dados para áreas como agricultura e ambiente.

A comitiva brasileira também participou de reuniões para implementação de centros binacionais de biotecnologia, nanotecnologia e satélites meteorológicos. Outro ponto da agenda em Pequim foi a implantação do Ciência sem Fronteiras para a China. O programa pretende enviar até 5.000 alunos brasileiros ao gigante asiático nos próximos três anos.

"A parceria com a China é importante porque o país está crescendo", disse Raupp na Embaixada do Brasil em Pequim."Quando você precisa estabelecer a base de um programa espacial, a associação com outro país que também está crescendo nessa área facilita o trabalho", concluiu.

Fonte: Folha de S. Paulo, por Fabiano Maisonnave