Chineses e mexicanos querem desenvolver a superpimenta
Um grupo de cientistas mexicanos e chineses dedica-se ao desenvolvimento de busca de uma superpimenta. Desde 2012, pesquisadores dos dois países estão sequenciando o genoma de diferentes tipos de pimenta e estudando seu mapeamento genético, para conhecer melhor sua natureza e criar variedades “melhoradas”.
O projeto começou no Centro de Investigação e Estudos Avançados (Cinvestav) do México. Em 2011, a equipe iniciou um plano de “transcriptoma” da planta. Um ano depois, os cientistas chineses, que acompanhavam o trabalho pela internet, pediram para participar do projeto.
Formou-se assim uma aliança entre os principais produtores de pimenta: em primeiro lugar, a China (entre nove e dez milhões de toneladas anuais) e o México (duas milhões de toneladas por ano).
A transcriptoma é “a análise de como os genes se prendem, de quais genes estão ativos na planta”. O objetivo do projeto, portanto, é conferir os mecanismos internos da pimenta.
Conhecer detalhadamente a pimenta deve servir, em primeiro lugar, para melhorar seu cultivo comercial, tornando-a mais resistente a pragas e à seca. Também seria possível manipular seu paladar. O mercado americano, por exemplo, prefere a planta menos picante, ao contrário do mexicano.
O projeto da superpimenta também pode trazer conhecimentos históricos. A pimenta é uma planta original da Bolívia e foi domesticada na América Central. Já foram encontrados resíduos nestes locais de 6.500 anos atrás. Na época, ela já seria usada para consumo.
Fonte: O Globo