Cidades da Amazônia são objetos de estudos do Nepecab, da Ufam

CIÊNCIAEMPAUTA, POR CRISTINA LIMA

Os projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa das Cidades na Amazônia Brasileira contam com apoio, em sua maioria, da Fapeam. Foto: reprodução

Gerar conhecimento à sociedade e formar profissionais interessados em estudar o desenvolvimento das cidades, em específico as do Estado do Amazonas, esta é umas das características do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (Nepecab) do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O Núcleo é formado por quadro professores doutores, são eles: José Aldemir (doutorado em Geografia Humana), Tatiana Schor (doutorado em Ciências Ambiental), Paola Santana Ferri (doutorado em Geografia Humana) e Geraldo Alves (doutorado em Engenharia de Transportes).

Segundo o escritor Newton Paiva, sociodiversidade é a posse de recursos sociais próprios, de modelos diferentes de autoridade política, de acesso à terra ou de padrão habitacional, de hierarquias próprias de valores ou prestígio. Esta frase descreve bem as atividades exercidas pelo Núcleo de Pesquisa e de acordo com José Aldemir, 70% da população da Amazônia vive em cidades.

O Núcleo atua em três linhas de frente. A primeira delas é primordial e gera conhecimento sobre a realidade das cidades do Amazonas; a segunda é formar profissionais, desde a iniciação científica ao doutorado, voltados para o entendimento das complexidades das cidades da Amazônia; a terceira é disponibilizar esse conhecimento adquirido para a sociedade, atendendo aos mais diversos públicos.

Entre as pesquisas desenvolvidas pelo Nepecab encontram-se em andamento o estudo voltado para o Impacto da Consolidação do Polo Industrial de Manaus nas cidades do Amazonas: o caso de Itacoatiara e Parintins; Do peixe com farinha a macarronada com frango: uma análise das transformações na rede urbana no Médio e Alto Solimões pela perspectiva dos padrões alimentares; As transformações na rede urbana da Amazônia Ocidental: Análise da influência do Polo Industrial de Manaus na fronteira Norte Amazonas – Roraima; Impacto das ações da Petrobrás em cidades do Amazonas; Cidades Amazônicas: dinâmicas espaciais, rede urbana local e regional.

Segundo José Aldemir em meio às atividades, ações de pesquisas e projetos, o Nepecab ajuda a formar por ano cinco mestres, além de doutores e, em média, 12 alunos de iniciação científica, ou seja, todos os anos o Núcleo conta com 12 estudantes que entram em contato direto com a realidade da sociedade  e se propõem a estudá-la, gerando assim riqueza de conhecimento. “Temos alunos no interior do Estado, em Manacapuru, Tefé e no Alto Solimões. Esses são alguns deles, e mesmo a distância é possível fazer um bom trabalho, pois proporcionamos a esses estudantes uma formação na iniciação científica, e como resposta muitos deles vêm fazer mestrado conosco”, conta.

Os projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa das Cidades na Amazônia Brasileira contam com apoio, em sua maioria, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), outros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para saber mais sobre Nepecab, acesse o site

DESTAQUE 

Em março deste ano, o Núcleo lançou o livro “Espaço, Saúde e Ambiente na Amazônia: Ensaios de Geografia da Saúde”, em parceria com a Fapeam. A edição é composta por estudos voltados ao conceito de saúde e sua ligação com o meio ambiente. A saúde é percebida como elemento relevante do bem-estar para a sociedade, isto é, uma construção sociocultural em que o espaço desempenha importante papel.

Voltado para o meio ambiente, o livro traz uma junção de temáticas que se  tornam mais complexas em se tratando de Amazônia, devido às distâncias geográficas entre as cidades e em relação aos grandes centros produtores de ciência e tecnologia. Mas, pela necessidade, são capazes de identificar práticas e procedimentos compatíveis a realidade.

CIÊNCIAemPAUTA, por Cristina Lima