Cientistas associam chumbo na gasolina à incidência de crimes
Cientistas estão pesquisando se a redução dos níveis de chumbo usado em combustíveis automotivos pode ter sido a causa da diminuição da criminalidade.
Nos anos 1920, começou-se a usar o composto chumbo tetraetila — (CH3CH2)4Pb — como aditivo à gasolina, de modo a melhorar o desempenho do motor e reduzir seu desgaste. Só que tal utilização liberava chumbo na fumaça do escapamento, o que gerava diversos efeitos danosos à saúde.
De acordo com o site da BBC, muitos países ocidentais vêm experimentando declínios na criminalidade nas últimas décadas e alguns cientistas têm questionado se a remoção do chumbo da gasolina poderia explicar tal queda.
Ao longo da maior parte do século XX, as taxas de crimes não pararam de subir, mas há cerca de 20 anos essa tendência se inverteu.
EFEITOS DO CHUMBO NO ORGANISMO
O chumbo pode ser absorvido por dentes, sangue e ossos, sendo um causador de danos nos rins, dores abdominais, anemia e danos ao sistemas nervoso e reprodutor, além de inibidor do crescimento corporal. Na década de 1970, estudos mostraram que crianças poderiam se envenenar com a substância ao roer as unhas, que continham pequenos flocos da tinta contendo chumbo, com a qual eram pintadas suas casas e suas escolas.
Outras pesquisas relacionaram o chumbo ao nascimento de bebês com circunferência craniana menor e, em adultos e crianças, à ocorrência de dores de cabeça e diminuição de QI, podendo também levar a comportamentos agressivos ou disfuncionais.
O Dr. Bernard Gesch, fisiologista da Universidade de Oxford, na Inglaterra, explica que “o chumbo altera a formação do cérebro, reduzindo a matéria cinzenta em áreas responsáveis por controle de impulsos, pensamento e planejamento”. Ele acredita que o envenenamento por esta substância leva a vítima a tomar más decisões. Mas existe um intervalo de tempo entre o envenenamento e o aparecimento das consequências dele.
Fonte: O Globo