Cientistas descobrem dezenove novas espécies de louva-a-deus

Liturgusa krattorum, uma das novas espécies de louva-deus descobertas. Foto: Gavin Svenson/Cleveland Museum of Natural History

Dezenove novas espécies de uma família de louva-a-deus foram descobertas, triplicando a diversidade do grupo de uma só vez, aponta artigo científico divulgado no jornal ZooKeys. Os “Louva-a-deus de casca de árvores” foram encontradas na América Central e do Sul, em florestas tropicais e mantidos em museus.

Muitas dessas novas espécies são conhecidas apenas por alguns espécimes coletados antes de 1950, a partir de locais agora fortemente impactados pela agricultura ou desenvolvimento urbano.

“Com base neste estudo, pode-se prever que existe mais variedade desses animais em regiões da África, Ásia e Austrália”, disse Gavin Svenson, curador de zoologia de invertebrados do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos.

“Muitos desses animais descobertos nem sequer foram estudados. A maior partes das espécies conhecidas hoje foram descritas há mais de 100 anos. Isso é emocionante, porque existe um enorme potencial para se avançar no conhecimento sobre os louva-a-deus”, completou o professor.

Svenson procurou os insetos em oito países na América Central e do Sul e estudou centenas de espécimes de 25 museus na América do Norte , América do Sul e Europa.

Louva-a-deus de casca de árvore são corredores rápidos que vivem nos troncos e galhos das árvores. Contrariamente à percepção comum, que diz se tratar de animais lentos e metódicos, os insetos são caçadores ativos que perseguem sua presa.

Também ao contrário de algumas outras espécies de louva-a-deus, eles não são dados ao canibalismo. São altamente camuflados e fogem de predadores correndo para o lado oposto da sua árvore – uma tática adotado também por muitos lagartos.

“Este é um comportamento surpreendente para um inseto. Prova que eles não contam apenas com a camuflagem para se proteger, mas estão monitorando constantemente o ambiente e agindo para correr e se esconder”, disse Svenson.

Além disso, algumas dessas novas espécies descobertas saltam o tronco das árvores para evitar a captura e se fingem de morto depois de cair ao chão da floresta.

Fonte: O Globo