Cientistas traduzem idioma de pinguins africanos
Quem disse que pinguins apenas batem as asas, quase que numa tentativa sempre frustrada de voar? Com auxílios de câmeras e gravadores, cientistas da Universidade de Turim, na Italia, conseguiram decodificar seis formas de comunicação dos pinguins africanos que expressam sentimentos como fome, raiva e solidão.
Quatro “chamados” são exclusivos para adultos e dois são exclusivos para jovens e filhotes. São sons de curta duração, feitos para chamar atenção para o isolamento do animal de um certo grupo, ou até para mostrar a agressão durante brigas ou confrontos, conhecidas como as chamadas “agonísticas”.
Há ainda a “canção de exibição em êxtase”, cantada por aves individuais durante a época de acasalamento, além da “canção de exibição mútua”, um dueto executado por parceiros de ninho. Já os pinguins mais novos e filhotes podem produzir chamadas relacionadas à fome, quando sua forma de implorar por comida.
Para descobrir toda essa decodificação, os pesquisadores instalaram câmeras de vídeo e áudio em um ambiente de 48 pinguins africanos cativos do zoológico de Turim, ao longo de 104 dias não consecutivos. Em um segundo momento, foram comparadas as gravações de imagem com os sons produzidos pelas aves. Técnicas adicionais, incluindo inspeção visual de espectrógrafos, conseguiu produzir resultados estatísticos e quantificáveis.
O pinguim africano, nativo das costas da África do Sul e Namíbia, é conhecido como “pinguim burro” por causa do seu grunhido da canção de êxtase, que lembra o som de um burro. A espécie é ameaçada de extinção.
Confira os vídeos nos link.
Fonte: O Globo