Comunicação entre insetos no Ciclo de palestras do Musa
05/07/2012 – Nesta quinta-feira, às 17 horas, o biólogo Gil Felipe Gonçalves Miranda participará do Ciclo de Palestras do Museu da Amazônia/Musa, com o tema “Comunicação entre insetos”. A palestra irá cobrir algumas formas de comunicação entre insetos por meio do uso de macrofotografias e vídeos, exemplificando estruturas usadas para efetivar essa comunicação.
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Segundo Gil Miranda, os insetos utilizam a audição, o olfato, o toque e, até mesmo, gestos visuais, para se comunicar. O pesquisador mostrará a produção de som e as estruturas responsáveis pela captação do som em alguns Orthoptera (grilos, gafanhotos, esperanças e outros) e falará sobre o uso do feromônio, trocas de informação e "danças de acasalamento".
“Muito insetos, como os grilos e gafanhotos, esfregam partes do corpo para fazer barulho e atrair os insetos do sexo oposto para o acasalamento; outros têm estruturas específicas que se parecem com o tímpano do ouvido dos seres humanos, mas essas estruturas não estão em um ouvido e sim em partes diferentes do corpo, como as pernas”, revelou o pesquisador.
Alguns insetos liberam substâncias químicas, os feromônios (cheiros), que são sentidos por outros membros da espécie e permitem o reconhecimento entre eles. Eles usam suas bocas ou, na maior parte das vezes, as suas antenas para captar esse cheiro. “Os diferentes cheiros podem sinalizar ‘comida por esse caminho’, ‘tragam todo mundo para a colônia’ ou ‘estou procurando alguém para formar um casal’, exemplificou.
Já o contato físico, "é realizado através de toques rítmicos com antenas e/ou pernas ou `trombadas` como reconhecimento e troca de informação. As formigas, por exemplo, batem com suas antenas ou pernas nos outros membros da sua colônia para chamar a atenção deles para alguma função que deveriam estar realizando", disse.
Gil Miranda acrescentou que "algumas formigas criam outros insetos (como pulgões e cochonilhas) para obter líquidos açucarados que são usados na sua alimentação. Elas conseguem obter esse líquido por intermédio de leves toques com suas antenas nos insetos que eles criam. Além disso, outros insetos usam o toque com diferentes partes do corpo para sinalizar que estão interessados no sexo oposto”, acrescentou.
Sinalizações com partes do corpo também são usadas em danças de acasalamento. Em sua maioria, os insetos possuem olhos um do lado do outro que formam uma estrutura maior, chamado “olho composto”. Segundo o pesquisador, “isso permite que muitos deles se comuniquem através de sinais, como as abelhas com as suas danças para mostrar o caminho até a fonte de alimento ou as moscas que mexem suas asas devagar para atrair o sexo oposto”.
Gil Felipe Gonçalves Miranda é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (2002), mestrado em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná (2005) e doutorado em Environmental Biology pela Universidade de Guelph (2011). Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Syrphidae (Diptera), com atuação nos seguintes temas: diversidade, neotropical, abundância, cladística e sistemática.
Palestra: Comunicação entre insetos
Palestrante: Gil Felipe Gonçalves Miranda
Data: 05/07
Horário: 17 horas
Local: Sede Administrativa do Musa, localizada na rua EG, n° 11, Conjunto Morada do Sol, Aleixo
Entrada Gratuita
Fonte: Museu da Amazônia (Musa)