Consecti e Confap publicam a Carta de Curitiba em defesa da CT&I
CARTA DE CURITIBA
A Ciência, Tecnologia e Inovação constituem trinômio indispensável ao desenvolvimento social, político, econômico e tecnológico de uma nação. Assim a inserção verdadeiramente competitiva do Brasil no cenário internacional demanda recursos crescentes e constantes do governo em necessária parceria com o setor empresarial, como forma de aumentar o valor agregado das exportações brasileiras no mercado mundial e estimular a capacitação tecnológica e maior articulação entre as agências de fomento.
Diante deste quadro de absoluta necessidade, as restrições orçamentário-financeiras que vêm sendo interpostas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação se tornaram preocupação de nossas instituições, pois conduzem a uma discussão de aspectos cruciais das trajetórias de desenvolvimento do Brasil no presente e no futuro.
No caminho inverso do desenvolvimento, os repetidos cortes e contingenciamentos de recursos destinados à pesquisa científica e à inovação nos distanciam cada vez mais da meta de alcançar o patamar de 2% do PIB aplicados em Ciência, Tecnologia e Inovação. Ademais, não há como corrigir assimetrias sociais e a pobreza extrema, ou estabelecer metas para o desenvolvimento sem investimentos crescentes e contínuos em CT&I.
A recorrência dos contingenciamentos também se coloca em desalinho com a internacionalização do Brasil e com a proposta do “Ciência sem Fronteiras”, de grande repercussão mundial. O Programa, que se alicerça na formação de recursos humanos altamente qualificados fora do país e na atração de pesquisadores, ficará sem suporte, pois pouco adiantará enviarmos alunos e pesquisadores ao exterior visando à formação de mão-de-obra qualificada, se não tivermos aqui condições estruturais e técnicas de recebê-los de volta. Também não será possível receber pesquisadores estrangeiros em instituições onde a escassez de recursos inviabilizará a efetivação dos projetos, já com execução comprometida por conta dos entraves interpostos pela legislação vigente, que, por ser inadequada ao setor, torna o processo de aquisição de equipamentos e insumos destinados à pesquisa mais moroso e difícil.
A cada real retirado da área nos distanciamos cada vez mais do desenvolvimento almejado e tão necessário ao Brasil e, em curto prazo, não será possível manter os patamares já conquistados em relação aos indicadores de desenvolvimento, pois não há desenvolvimento possível sem investimentos crescentes e contínuos em ciência, tecnologia e inovação.
Pelas razões supracitadas, os Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais de CT&I – CONSECTI e de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – CONFAP, respeitosamente, apelam à Presidenta Dilma Rousseff para que:
§ Restabeleça a proposta original de R$ 6,7 bilhões para o orçamento do MCTI de 2012;
§ Não permita o contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT;
§ Interceda em favor da aprovação do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que ora tramita no Congresso;
§ Fortaleça o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e a Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, para que continuem a cumprir o papel histórico de financiar simultaneamente a pesquisa em universidades e institutos, e a inovação nas empresas.
Odenildo Sena
Presidente
Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I – CONSECTI
Mario Neto Borges
Presidente
Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – CONFAP
Fonte: Consecti