Conservação de quelônios é objeto de pesquisa em Parintins

12/09/2012 – Pesquisa desenvolvida de forma inédita em Parintins visa estimular a preservação da espécie da tartaruga da Amazônia. Esse é o tema da dissertação de mestrado do pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), David Xavier da Silva. O estudo foi realizado para conservação de quelônios Podocnemis expansa em grupos de ribeirinhos do Baixo Amazonas, junto às comunidades de Aninga, Parananema e Macurany.

Siga o CIÊNCIAemPAUTA no Twitter. Curta nossa página CIÊNCIAemPAUTA no Facebook

Segundo Xavier, os trabalhos sobre quelônios e sua relação com a educação científica ainda não haviam sido desenvolvidos em Parintins, sendo assim, o mestrado possibilitou resultados satisfatórios. “Na execução do projeto cada pessoa participou de uma maneira, sendo que a ação voluntária tem sido o ato mais valoroso dentro do projeto. Embora existam as atuais parcerias com Universidades e órgãos ambientais, o envolvimento ativo de comunitários e da própria classe estudantil tem sido um diferencial” destacou.

Xavier ressalta que o projeto Pé-de-Pincha é hoje um referencial no Estado do Amazonas não somente pela sua influência, mas também pelo bem estar que proporciona às comunidades envolvidas. “Foram os moradores do município de Terra Santa, no Pará, que deram o alerta. Em 1999, eles se uniram aos pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para impedir o desaparecimento dos quelônios. Nascia o Projeto “Pé-de-Pincha”, assim chamado em homenagem aos pequenos tracajás, que deixam na areia marcas parecidas com tampinhas de refrigerante, conhecidas como “pinchas” na região”, acrescentar Xavier ao destacar a influência no estudo desenvolvido em Parintins.

Contribuições – Dos resultados da pesquisa o mestre David Xavier destaca a participação dos professores e seu envolvimento com as atividades do projeto como fator positivo para a alfabetização científica. “Os professores e estudantes aproveitam esse conhecimento para a educação de cada um; seja na mudança da percepção do seu próprio comportamento diante das espécies, seja em casa transmitindo a valorização da participação da família, ou até mesmo percebendo que a natureza tem ciclos que não podem ser quebrados”, destaca o pesquisador.

Para Xavier, o importante é o que se aprende e não o que a sociedade de consumo quer que se aprenda. Neste sentido, a alfabetização científica vem propor uma nova via de interação entre o meio em que se vive e o que é pensado por cada um. “As atividades do projeto têm contribuído para o ensino de ciência, abrindo novas possibilidades de estudar a ciência”, finalizou.

Fonte: UEA, por Maíra Pessoa.