Cultivo de planta amazônica é alternativa para escassez de celulose no País
A escassez de matéria-prima para produção de papel no País despertou interesse da ciência na busca de soluções para esse segmento da indústria. Na região amazônica, a Shizolobium amazonicum, conhecida como Paricá é uma das espécies madeireiras mais procuradas por empresas das regiões Norte e Nordeste.
Entretanto, resultados preliminares de uma pesquisa, desenvolvida no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), pelo mestrando em Clima e Ambiente, Igor Oliveira Ribeiro, apontam que a espécie também tem potencial para ser cultivada no sudeste do País, o que pode ser uma solução para reverter as dificuldades em encontrar a matéria-prima em outras regiões brasileiras. Essa conclusão parcial do trabalho será apresentada no 16º Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que será realizado de 13 a 18 de abril em Foz do Iguaçu, no Paraná.
O pesquisador participará do evento com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape). “Por ser uma espécie de origem na região Norte, o Paricá necessita de precipitação (chuva), umidade e temperatura em níveis elevados para cultivo e produção”, disse Ribeiro.
O objetivo da pesquisa é acompanhar e apresentar os parâmetros médios anuais de temperatura, precipitação e deficiência de água do Espírito Santo para auxiliar no cultivo do Paricá e na tomada de decisões para utilização da espécie para produção de celulose. O estudo é desenvolvido no Inpa desde 2012, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
SOBRE O PARICÁ
A espécie é cultivada em grande escala nos Estados do Pará e do Maranhão, com elevada cotação no mercado interno e externo. A árvore pode alcançar entre 15 e 40 metros de altura e 50 a 100 centímetros de diâmetro. A madeira é empregada na fabricação de palitos de fósforo, saltos de calçados, brinquedos, maquetes, embalagens leves, canoas, forros, miolo de painéis e portas, formas de concreto, laminados, compensados, celulose e papel.
A árvore é indicada para plantios comerciais, sistemas agroflorestais e reflorestamento de áreas degradadas, devido ao seu rápido crescimento e ao bom desempenho tanto em formações homogêneas quanto em consórcios. Por sua arquitetura e floração vistosa, pode ser empregada em arborização de praças e jardins amplos. A casca pode servir para curtume e as folhas são usadas como febrífugo por algumas etnias indígenas.
SOBRE O PAPE
O Programa de Apoio à Pesquisa em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape), financiado pelo Governo do Amazonas por meio da Fapeam, apoia a participação de pesquisador em eventos científicos e tecnológicos para exposição de trabalho científico ou tecnológico de sua autoria, não publicado, resultante de pesquisa desenvolvida no Estado do Amazonas.
Fonte: Fapeam