Descoberto gene que regula produção de hemoglobina

Pesquisadores do Hospital Brigham and Women, em Boston, nos Estados Unidos,  descobriram um gene que regula a síntese de hemoglobina durante a formação de  células vermelhas do sangue. A novidade pode levar a um avanço no tratamento de  anemias e doenças mitocondriais.

O estudo usou uma composição genética de peixe-zebra para clonar o gene  Atpif1, presente nas mitocôndrias, parte que gera energia nas células. O  elemento permite aos animais, roedores e humanos produzir hemoglobina, uma  proteína responsável por transportar o oxigênio no sangue.

Os pesquisadores também descobriram que a perda de Atpif1 pode levar à  anemia. Com o avanço dos estudos, identificaram o amplo mecanismo do gene para  regular as atividades da enzima ferroquelatase, enzima final na via  biossintética da produção de heme (um dos componentes da hemoglobina).

“Nosso estudo estabeleceu uma ligação funcional entre o Atpif1 e a  ferroquelatase na síntese de heme”, comemorou Dhvanit Shah, chefe da  pesquisa.

A anemia se caracteriza por uma queda na quantidade de hemoglobinas ou  células vermelhas no sangue e pode afetar pessoas de todas as idades. Os maiores  riscos estão entre as mulheres férteis e adultos com idade mais avançada. Bebês  e crianças, porém, também podem adquirir a doenças devido à deficiência de ferro  ou intoxicação por chumbo.

Os pesquisadores aproveitaram os estudos para fazer comparações com a versão  humana do Atpif1. Os cientistas lembram da importância para a diferenciação das  células vermelhas do sangue. A deficiência do gene pode contribuir para doenças  como anemias sideroblásticas congênitas e outras relacionadas a mitocôndrias  disfuncionais.

“A descoberta avança os estudos quanto à produção de células vermelhas”, destacou Barry Paw, também autor dos estudos.

Os estudos continuam e a expectativa de Shah e Paw é de identificar novos  genes responsáveis pela produção de células-tronco hematopoéticas e pela  diferenciação das células vermelhas. Com isso, poderão surgir, também, novas  oportunidades para terapias contra doenças do sangue.

Fonte: O Globo