Diego Brandão, diretor da Amazônia Socioambiental
A Amazônia Socioambiental, primeira empresa residente incubada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), foi criada em 2013 com a finalidade de elaborar e gerenciar projetos socioambientais. A proposta é fortalecer empresas do terceiro setor e empreendedores interessados em negócios sociais do tipo startup, ou seja, empresa jovem e inovadora na área de sociobiodiversidade.
“Atendemos a clientes que possuem um objetivo, mas que encontram dificuldades para colocá-lo em prática. E o que fazemos é propor meios para se chegar ao resultado final, através da elaboração de projetos”, explicou o diretor da empresa Amazônia Socioambiental, Diego Brandão. Segundo ele, um projeto deve atender a alguns itens, dentre elas: o escopo, qualidade, tempo, custos, integração, recursos humanos e comunicação.
O primeiro ano de atividade da Amazônia Socioambiental resultou em 19 projetos, com destaque para o “Espaço Educativo Casa do Peixe-boi de Guajará”; “Diagnóstico Socioambiental de Iranduba – Amazonas”; “Gestão Socioambiental da Feira do Empreendedor no Amazonas” e “Plano de Negócio de Indústria de Produtos Naturais em Silves – Amazonas”.
No período de 9 a 30 deste mês, um novo projeto foi lançado, o Turismo Científico na Amazônia, uma ação pioneira em parceria com a empresa Praquerumo de tecnologia digital, que disponibiliza aos visitantes do Bosque da Ciência uma nova modalidade de turismo, voltada ao conhecimento da biodiversidade amazônica e guiado por biólogos e engenheiros florestais que falam da fauna e a flora da região.
Diego Brandão falou ao Portal CIÊNCIAemPAUTA sobre algumas particularidades do Turismo Científico na Amazônia e que teve seu início na Copa do Mundo. Acompanhe a entrevista.
CIÊNCIAemPAUTA: Como surgiu o projeto Turismo Científico?
Diego Brandão: A ideia surgiu há bastante tempo na cabeça de biólogos e engenheiros florestais. Desde 2009, as pessoas já falavam que o Turismo Científico era um grande nicho de mercado. Porém, embora os idealizadores reunissem capacidade e qualificação para realizar esse tipo de serviço, havia a dificuldade de comunicar isso aos turistas. O papel da Amazônia Socioambiental foi elaborar o projeto e buscar parceiros para executar a ideia. Assim, ele foi idealizado para iniciar justamente no período da Copa do Mundo, pela expectativa do número de turistas em Manaus.
CIÊNCIAemPAUTA: Qual a diferença entre o Turismo Científico e a visitação que já era oferecida pelo Bosque da Ciência?
DB: O Turismo Científico é um serviço diferenciado e alternativo ao que é oferecido pelo Bosque da Ciência, onde qualquer pessoa continua tendo acesso ao local pagando o valor de R$ 5, com isenção para crianças de até 10 anos, idosos acima de 60 anos, escolas, comunidades carentes e grupos religiosos previamente agendados. No Turismo Científico, a pessoa pode escolher o passeio feito pelo projeto pagando o valor de R$ 79. A visitação dura cerca de uma hora e meia e oferece a oportunidade de observação de espécies típicas da região, associadas a informações de guias bilíngues que são biólogos e engenheiros florestais. Nesse valor está incluso: entrada no Bosque, além do sorteio de um livro sobre biodiversidade amazônica, água engarrafada e experimentação de sorvetes.
CIÊNCIAemPAUTA: Todos os guias são biólogos e engenheiros florestais?
DB: Sim. No caso específico do Turismo Científico temos biólogos e engenheiros florestais que conhecem o Inpa, capacitados e tecnicamente treinados para fazer esse trabalho e munir o turista de informações sobre a biodiversidade da região. Os nossos consultores passaram pelo Inpa, seja no mestrado ou no doutorado, e agora prestam serviços na empresa. Vale ressaltar que, embora sejam pesquisadores, nossos consultores não são funcionários do Inpa.
CIÊNCIAemPAUTA: Como surgiu a parceria com a Praquerumo?
DB: Embora tivéssemos como ponto forte estar associado ao Inpa, ser uma empresa que elabora projetos, ter a Copa como uma maneira de começar esse projeto, ter consultores capacitados para falar sobre ciência e sobre as pesquisas, nos faltava uma peça: como oferecer isso ao público. Essa oportunidade surgiu durante a Feira do Empreendedor do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae/AM) onde conhecemos a empresa Praquerumo, que veio complementar o que fazemos.
CIÊNCIAemPAUTA: O projeto Turismo Científico na Amazônia termina no próximo dia 30 de junho. Há possibilidade de ser prorrogado por mais tempo?
DB: O projeto Turismo Científico no Bosque da Ciência é uma parte do projeto Turismo Científico na Amazônia. Nós estaremos finalizando essa etapa, nesse modelo, com esse escopo, no dia 30 de junho. A partir dessa data poderemos lançar um novo projeto dentro, com outros parceiros e em outros locais, dependendo do interesse do público.
CIÊNCIAemPAUTA, por Mirinéia Nascimento