Documentário aborda turismo sexual e preconceito racial

O turismo sexual e o preconceito racial são abordados pelo documentário ‘Cinderelas, lobos e um príncipe encantado’, idealizado e dirigido por Joel Zito Araújo. O filme mostra brasileiras que vão para a Europa com o objetivo de encontrar um marido, mas que acabam se tornando dançarinas ou prostitutas. A obra foi apresentada na 3ª Jornada do Dia Internacional da Mulher na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no dia 08 de março.

O cineasta destacou que muitos estrangeiros vem ao País em busca das mulheres negras. “O turista de olho azul chega aqui interessado na mulher negra e eu percebi que de fato isso acontece. E, por detrás, o turismo sexual condensa muitas complexidades sociais. Às vezes, a afeição pode ser sincera e outras pode ser armadilha para fazer o tráfico de mulheres. Também é realidade que nem todas as mulheres que vão são vítimas, e não são todos que são exploradores”, disse.

As gravações foram realizadas no Nordeste do Brasil e na Europa (Itália e Alemanha), com mulheres, na maioria, sem estudo ou formação profissional, que raramente realizam o seu sonho. A obra ainda mostra que há final feliz em alguns casos.

Araújo explicou que pretendeu apresentar a complexidade da exploração sexual de brasileiras no exterior. “E que nessas relações, tem muito do mundo do consumo e as mulheres se movem pelo desejo de ascensão social. E tudo isso é apresentado como a exploração sexual”, frisou.

DOCUMENTÁRIO

O filme foi lançado no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro de 2008. Recebeu menção honrosa no Festival Internacional de Cinema de Brasília em 2008, os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção na 9ª edição do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE 9), e também os prêmios de Melhor Longa-metragem e Melhor Documentário do III Bahia Afro Film Festival em maio de 2010 e Melhor Documentário (votação do público) e Menção Honrosa do Júri do VII Mostra Vidas na Tela – Natal em 2009.

Ouça a reportagem completa, clique aqui.

Fonte: Agência Fapeam, por Manoela Moura e David Simplício.