Doença, carne e energéticos
Gosta de uma carne vermelha? E de um energético? Artigo mostra que substância presente nesses dois alimentos promove, com a ajuda de um micro-organismo, o endurecimento e entupimento das veias e artérias.
Estudo da equipe de Stanley Hazen, da Clínica Cleveland (EUA), publicado na Nature Medicine mostrou que, no trato digestivo, vive uma bactéria que usa, como fonte de energia, a molécula de carnitina (ou L-carnitina). E, ao ‘digeri-la’ (metabolizá-la), esse micróbio cria outra substância, cuja sigla é TMAO.
E aí é que o perigo começa a se alojar. Estudos anteriores mostraram que o TMAO promove a aterosclerose, ou seja, endurece e entope os vasos sanguíneos. Hazen e colegas acrescentaram peça importante a esse mecanismo: uma dieta rica em carnitina leva ao crescimento dessas bactérias no intestino. E aí o quadro geral fica mais ou menos assim: mais carnitina, mais bactérias, mais TMAO, mais aterosclerose. E, por causa desta última, maior risco de morte – principalmente, se o problema atingir artérias que irrigam coração e cérebro, órgãos que precisam de muito oxigênio.
A carnitina é vendida no mercado da ‘saúde’ na forma de suplementos e está presente em bebidas energéticas – a molécula está envolvida na queima de gordura e na geração de energia para o organismo. Segundo Hazen, mais estudos deveriam ser feitos para examinar a segurança de se tomar carnitina como suplemento.
Ainda em 2011, a equipe de Hazen mostrou que a predisposição para doenças cardiovasculares tem também a ver com o modo como certas bactérias do intestino metabolizam a lecitina, molécula cuja estrutura tem semelhanças com a da carnitina. Fica o alerta, portanto.
Fonte: Ciência Hoje