Em reunião com reitores, MEC promete melhorar cursos de medicina
O Ministério da Educação (MEC) fez uma reunião na quarta-feira (26), com reitores de 11 universidades federais para discutir a situação dos cursos de medicina. Coordenadores das unidades que não contam com hospital universitário denunciaram problemas enfrentados pela falta de estrutura e prometeram suspender a abertura de novas vagas em 2014, caso mudanças não sejam providenciadas este ano.
De acordo com o reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho, o secretário de Educação Superior da pasta, Paulo Speller, confirmou o apoio às demandas apresentadas pelos coordenadores dos cursos. Um dos principais problemas enfrentados é em relação à falta de preceptores – médicos responsáveis por acompanhar os alunos durante as aulas práticas nas unidades de saúde. O MEC mostrou-se favorável à criação de uma bolsa específica, com vínculo acadêmico com a universidade, para que os profissionais sintam interesse em participar das preceptorias. Atualmente, eles ganham um auxílio de cerca de R$ 1 mil.
“O secretário nos garantiu que já estava trabalhando na criação de um modelo de bolsas de preceptoria, não só para a medicina, mas para todos as áreas da saúde”, disse Targino, que também é presidente da Comissão de Reitores das Instituições Federais com Cursos de Medicina sem Hospital.
O reitor também confirmou, que uma nova reunião foi agendada para esta quinta-feira (27), desta vez com a presença de representantes do Ministério da Saúde. Segundo Targino, o envolvimento da pasta é fundamental para a solução de outro problema: a difícil relação entre as universidades e as administrações municipais. O objetivo dos reitores é assegurar que o ministério garanta um financiamento específico para incentivar que as prefeituras disponibilizem suas redes de saúde para as aulas práticas dos estudantes de medicina.
“O Ministério da Saúde tem interesse em viabilizar isso (repasses extras) porque sabe que a presença da universidade dentro da rede de saúde das cidades qualifica muito o atendimento prestado à população”, afirmou, ao garantir que ficou bastante otimista com o “empenho” do MEC em resolver os problemas. Ele ainda disse que os reitores não cogitam a hipótese de suspender a abertura de novas vagas a partir do próximo ano, como foi proposto pelos coordenadores dos cursos. “Sabemos das dificuldades, mas acreditamos que elas serão resolvidas”.
Fonte: Terra