Empreendedores fazem sucesso internacional com cão falante
O Cão Spock é um brinquedo de pelúcia que canta, conta piada e interage com você por comando de voz. Lançado pela Toys Talk, em 2009, o brinquedo já vendeu mais de 600 mil unidades no Brasil e no mundo.
Produzido em sete personagens diferentes como mestre cuca, sertanejo, e pirata, o cãozinho também fala em 14 idiomas. O mineiro Marco Carvalho e o venezuelano Ivan Zorn estão à frente desse negócio de sucesso.
Fundada na China, em 2009, a Toys Talk é uma unidade de negócios da SBV Group e foi selecionada recentemente pela Endeavor, instituição que apoia empreendedores de alto impacto.
A empresa é especializada na criação e comercialização de brinquedos de alta tecnologia com conteúdo próprio. Aqui, o Cão Spock é distribuído pela Candide e custa, em média, 179,90 reais. Ao buscar pelo brinquedo no YouTube, é possível ver mais de quatro mil vídeos de crianças brincando com o cãozinho.
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o faturamento da indústria de brinquedos foi de 3,87 bilhões de reais, em 2012. E foi de olho nesse mercado que os empresários resolveram investir quando decidiram atuar com entretenimento infantil. “Quando a gente desenvolveu o Cão Spock, a gente viu nossa vocação de fato. Contar histórias é a nossa verdadeira vocação”, resume Carvalho.
Tudo começou quando os empreendedores se conheceram há dez anos, em Xangai, na China. Viraram sócios e com três mil dólares abriram a SBV Group para importar produtos brasileiros e se especializaram em desenvolvimento de produtos. Eles buscavam fornecedores e adaptavam de acordo com a regulamentação brasileira. “Na China, você aprende a pensar global. O empresário está acostumado a não ter medo, a exportar e a lidar com moedas diferentes. E isso influenciou muito a gente”, afirma Zorn.
“Todas essas experiências anteriores nos ensinou que existem milhões de formas diferentes de produção, nos ensinou processos de produção, a trabalhar com materiais diferentes e nos ajudou a inovar com brinquedo”, completa Carvalho.
Fazendo o caminho inverso da maioria dos empresários na China, eles voltaram ao Brasil para empreender em 2011. Com o objetivo de inovar com brinquedo, a Toys Talk é referência na utilização de tecnologias de comando de voz, realidade aumentada e reconhecimento por toque no desenvolvimento dos produtos.
No ano passado, montaram um escritório em Londres, de olho no crescimento internacional. Hoje, a equipe tem 45 pessoas distribuídas no Brasil, China e Inglaterra. Para os empreendedores, o principal desafio da empresa atualmente é o de crescer com planejamento e continuar inovando.
“A gente cresce como uma empresa de tecnologia e o nosso benchmarking é o Vale do Silício. Lidar com gestão de equipe e capacitar mais pessoas, o desafio de crescer é muito grande”, conta Carvalho. A inspiração para criar os brinquedos e suas histórias? Maurício de Souza e Walt Disney são os nomes que inspiram os empreendedores.
EXPECTATIVAS
Cada novo produto da Toys Talk tem um modelo de negócio próprio, com um público-alvo diferente e um universo desenvolvido pela equipe de criação da empresa. O ursinho de pelúcia Snow, por exemplo, que será lançado na Inglaterra até o final do ano, conta a história do Snow que se perdeu da família e encontrou a estrela Stella.
Também até o final desse ano, a empresa está se preparando para lançar o Dino Muni no Brasil, na África do Sul, Israel e Rússia. O brinquedo é voltado para crianças acima de 5 anos e utiliza a realidade aumentada para dar vida ao dinossauro.
As outras novas linhas como os Egg Ninjas, Monstraço e Aremi, serão lançadas no ano que vem. Todos desenvolvidos para interagir com smartphones e tablets. Carvalho afirma que já tem encomendas em todo o mundo para os produtos novos. Para 2015, a expectativa é de levar a marca para 40 países.
Outra expectativa da Toys Talk é a de que o Brasil represente 50% do faturamento das novas linhas de brinquedos. Carvalho acredita que os produtos farão sucesso no País, pois o brasileiro gosta de inovação e de brincar. Previsto para 2016, a empresa está desenvolvendo um projeto com séries de animação para interagir com as novas linhas.
Fonte: Exame