Empresas estrangeiras buscam bolsistas do Ciência sem Fronteiras
A prática de intercâmbio sido incentivada pelos governos do Brasil e da Inglaterra, por meio do Ciência sem Fronteiras. Na última semana foi realizado um evento com empresas britânicas e brasileiras, com o objetivo era estimular as companhias a apoiarem programas de bolsas de estudo como o CsF. O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, participou do encontro.
“Proporcionar experiências de estudo e trabalho para jovens brasileiros na Grã-Bretanha vai nos ajudar a construir relações de longo prazo entre os dois países”, afirmou Hague durante o encontro. De acordo com Jaqueline Wilkins, consultora em Educação e Cultura da embaixada britânica no Brasil, a experiência é vantajosa para o aluno, para a universidade e para a empresa. “As instituições de ensino e as empresas têm a oportunidade de entrar em contato com os futuros cientistas e acadêmicos brasileiros. E a empregabilidade dos estudantes aumenta muito”, diz.
FORÇA-TAREFA
A Câmara Americana de Comércio (Amcham) também tem uma iniciativa para estreitar os laços entre brasileiros e empresas que atuam nos Estados Unidos. “Há dois anos, criamos uma força-tarefa para divulgar entre as empresas o que era o Ciência sem Fronteiras e a sua importância para as gerações futuras”, conta Michelle Tchernobilsky, gerente de Relações Governamentais da Amcham. Hoje, segundo ela, há cerca de 40 empresas que oferecem estágios para estudantes brasileiros. Santander, GE, Honda, Alcoa, 3G e Cargill estão entre elas. Dois mil alunos já foram beneficiados.
“Para as empresas é muito interessante porque, quem faz intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras, é, sem dúvida, uma mão de obra qualificada. A ideia é que esses alunos voltem a trabalhar na empresa quando retornam ao Brasil. Portanto, é bom para as duas partes”, aponta Michelle.
Para o professor da pós-graduação da ESPM, Luiz Peres Neto, que já foi docente da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) e fez estágio sanduíche na City University London, a experiência de trabalhar durante o intercâmbio no exterior é positiva, desde que não atrapalhe as atividades acadêmicas. “Se o trabalho for parcial é muito produtivo, porque permite maior contato com a cultura e força a pessoa a sair da sua zona de conforto. Ele é obrigado a se relacionar com as pessoas com quem talvez não tivesse oportunidade. E muitas vezes isso gera frutos”.
Tannus termina a faculdade em dezembro de 2015 e ainda está indeciso sobre o que fazer após a graduação, mas tudo indica que o objetivo de promover uma aproximação entre o Brasil e a Grã-Bretanha está sendo alcançado. “Estou em uma fase de vida sensacional, em que não tenho vínculos com lugar nenhum. Mas uma certeza que eu tenho é de que hoje me sentiria muito tranquilo para trabalhar.
Fonte: Estadão