Estações meteorológicas entram em funcionamento até o final do ano em Manaus

CIÊNCIAemPAUTA, por Cleidimar Pedroso

Até o fim deste ano, órgãos como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros terão disponível uma série de dados que irão auxiliar na prevenção em casos de eventos climáticos extremos, como temporais.  Trata-se da Rede de Mudanças Climáticas da Amazônia (Remclam) que no próximo mês finalizará a montagem das 20 estações meteorológicas que compõem a rede. As estimativas são da coordenadora do projeto, a pós-doutora em meteorologia, Rita Valeria de Souza.

As 20 estações serão distribuídas pela Região Metropolitana de Manaus (RMM) e também vão gerar informações sobre ilhas de calor. A RMM é formada pela união de oito municípios: Manaus, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva.

“A rede está sendo montada. A previsão é que até o final do ano esteja em funcionamento. Essas informações poderão ser utilizadas por centros operacionais de previsão de tempo para melhorar esse serviço. Além disso, as informações da rede estarão disponíveis em tempo real para órgãos como a Defesa Civil e Bombeiros, assim como para a sociedade em geral”, explicou.

Serão elaborados boletins prognósticos com os resultados das atividades de monitoramento e previsão climática. Essas informações servirão pra o planejamento e tomada de decisões por parte desses órgãos de monitoramento, por exemplo.

PESQUISA

“Do ponto de vista tecnológico, o projeto irá gerar uma grande quantidade de dados, que deverão ser disponibilizados de forma organizada em bancos de dados que poderão ser utilizados por este ou por outros grupos de pesquisa a fim de melhor representar as características meteorológicas da região metropolitana de Manaus”, disse.

Valéria destacou ainda, que no campo científico, o projeto vai gerar conhecimento sobre os mecanismos naturais que influenciam no clima da região. “Do ponto de vista científico o projeto poderá contribuir para o conhecimento sobre a modulação dinâmica dos mecanismos físicos reguladores do clima sobre a região Amazônica, tanto do ponto de vista observacional como da modelagem numérica e sobre como as ações causadas pelo homem afetam o clima da Amazônia”, disse.

O Remclam tem apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e está orçado em aproximadamente R$ 1  milhão, destinados à realização das pesquisas e à compra de equipamentos.  Participam do projeto pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Projeto Inteligência Socioambiental Estratégica da Indústria do Petróleo na Amazônia (Piatam).

COOPERAÇÃO

O projeto Remclam não trata especificamente do monitoramento da qualidade do ar, no entanto, um projeto em cooperação com o Remclam será desenvolvido por pesquisadores da UEA e do Inpa, que tem como foco a instalação de uma estação de qualidade do ar em Manaus até março de 2013, que será acoplada à rede de monitoramento meteorológico.

RISCO

Em Manaus, mais de 128.236 famílias vivem em áreas de risco, segundo estudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgado em novembro.  As casas estão situadas à beira de barrancos que podem desmoronar, principalmente em dias de fortes chuvas. A maior causa de acidentes é as ‘voçorocas’, crateras que se expandem pela ação da água da chuva ou sistema de esgoto precário.

 

CIÊNCIAemPAUTA, por Cleidimar Pedroso