Estudantes do interior do AM apresentam resultados de pesquisa na SBPC

A interiorização da Ciência avança nos municípios do Amazonas. A participação crescente de estudantes de iniciação científica em eventos como a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aponta para uma participação cada vez maior no Estado. Exemplo disso foi à apresentação de pôsteres de duas estudantes do curso de Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na tarde de terça-feira, 12 de julho, no campus da Universidade Federal de Goiás (UFC).

O primeiro, da estudante Renatha Pinheiro de Freitas, intitulado ‘Perfil epidemiológico dos casos de tuberculose pulmonar notificados em Coari-Am’ teve por objetivo descrever um perfil da doença naquele município por meio das análises dos casos notificados pelo sistema de informação de notificação (Sinan), que é um sistema integrado ao Ministério da Saúde (MS).

Orientado pela professora doutora Maria Isabel Heckmann, o estudo fez uma análise, entre os anos de 2008 e 2009, verificando o número de casos, o índice de incidências em homens e mulheres, os bairros mais incidentes e outros agravantes relacionados à doença.

De acordo com a estudante, em 2008, 46 casos positivos foram registrados. Já em 2009, foram 27 casos. A análise demonstrou que, em Coari, a doença atinge mais pessoas da faixa etária de 20 a 34 anos. Homens são mais acometidos em relação às mulheres, numa proporção de 30,12% para 21,68%, respectivamente.

Em sua segunda participação num evento como a SBPC, Renatha acredita que o intercâmbio com estudantes de outros centros do País colabora bastante na sua formação acadêmica. “Em 2010, estive presente em Natal com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). É um evento muito válido para nós”, observou.

Segunda pesquisa é sobre Malária

Outra estudante de Coari é Kayla Fabrina Souza, que apresentou o pôster ‘Espécies de Plasmodium identificadas nos casos de Malária diagnosticados na cidade de Coari-Am, nos anos de 2007-2008’.

Segundo a estudante, a malária é uma doença parasitaria de regiões tropicais, cujos protozoários do tipo Plasmodium Vivax, Falciparum, e Malarie, transmitidos pelo Anopheles, são os mais comuns no Brasil.

A cidade de Coari está entre os municípios que mais tiveram malária nos últimos anos, segundo informações do Ministério da Saúde. A partir daí, o estudo procurou verificar a faixa etária, número de casos, localidades e o tipo de plasmodium que é mais transmitido pelo mosquito.

De acordo com a estudante, em 2007, 11.428 casos foram registrados, sendo que 2883 da espécie Falciparum, e 8450 da espécie Vivax. Em 2008, foram 9.876 casos, sendo que 7.856 casos foram do protozoário Vivax e 2020 do Falciparum.“Conclui-se que a região tropical é propícia para a proliferação do mosquito e, por consequência, da doença. Por isso é importante ter um controle para promoção e prevenção da malária”, ressaltou.

Siga a SECT no Twitter!

Finalista do curso de Biotecnologia da Ufam, Kayla ressaltou a importância da FAPEAM no estímulo à pesquisa no interior do Amazonas. “É difícil produzirmos pesquisa no interior, mas a participação num congresso diversificado como esse nos estimula mais”, comentou.

Até sexta-feira, 15 de julho, 2.752 trabalhos de pesquisa serão apresentados na reunião da SBPC, submetidos por estudantes de graduação, pós-graduação, professores do ensino superior, pesquisadores e profissionais.

Foto 1: Renatha Pinheiro de Freitas (Fotos: Carlos Fábio Guimarães)

Foto 2: Kayla Fabrina Souza

Fonte: Agência FAPEAM, por Carlos Fábio Guimarães