Estudo aborda melhorias no sistema de produção de leite e carne bovina
27/01/2012 – Ter diariamente leite carne de qualidade na mesa para consumo depende de pesquisas. Pensando nisso um estudo se propôs a auxiliar os pecuaristas do Amazonas na geração de estratégias de manejo pastoril.
De forma prática, a pesquisa de doutorado do Engenheiro Agrônomo, Salim Jacaúna de Souza Júnior, indica ao manejador de pasto quais as categorias de animais mais exigentes nutricionalmente devem entrar primeiro nos pastos e permanecer no local até atingirem o ponto elevado de ingestão de forragem (folhas utilizadas para a alimentação de gado).
Desenvolvido na área experimental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), situada na cidade de Piracicaba, campus da Universidade Paulista (USP), o trabalho verificou as respostas de plantas forrageiras tropicais e o comportamento animal em regime de pastejo (alimentação em pastos), pois essa conduta “é um indicador da condição do pasto, que pode auxiliar em ações de manejo, garantindo produção de leite e carne satisfatória em ambiente de pastagem”, explicou o agrônomo.
Denominado ‘Modificações na estrutura do dossel, comportamento ingestivo e composição da dieta de bovinos durante o rebaixamento do capim-mulato submetido a estratégias de pastejo rotativo’, o estudo foi fomentado pelo Governo do Amazonas por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH Interinstitucional), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
Análises
“Através desse trabalho foi possível identificar que a velocidade de rebaixamento dos pastos é elevada no início do pastejo e a dieta dos animais é composta por folhas. E o contrário acontece ao final do pastejo, por ocasião da saída dos animais dos pastos, quando a dieta consumida é composta quase que em sua totalidade por colmo e material morto, que têm baixo teor nutritivo”, destacou Jacaúna.
O engenheiro agrônomo informou que para as análises foram utilizadas novilhas Nelore preparadas para que fosse possível estimar a taxa de ingestão de forragem e a composição da forragem consumida durante o rebaixamento dos pastos. “A pesquisa teve duração de seis meses e durante este período quatro estratégias de manejo foram analisadas”.
O pesquisador explicou ainda, que foram feitas avaliações das estratégias de pastejo. “Foi avaliado como essas estratégias ocasionam mudanças em diversas variáveis-respostas, referentes às modificações na estrutura do pasto durante o período em que os animais se alimentam, a velocidade com que essas mudanças acontecem, de que forma a estrutura do pasto afeta as variáveis de comportamento ingestivo e o padrão de deslocamento animal”, explicou.
Diante dos resultados, o pesquisador afirma que o mais indicado é que os animais mais exigentes nutricionalmente entrem primeiro no pasto, permanecendo no local até atingir metade da altura de entrada. “Em seguida entrariam animais de menor exigência, porém, estes não necessariamente, consomem forragem de baixa qualidade, pois a composição morfológica dos estratos inferiores do pasto bem manejados ainda permanece com alta proporção de folhas”, revelou.
O estudo também revelou que o próprio animal é um indicador da condição do pasto, por meio de seus sinais. “Os padrões de deslocamento nos pastos podem auxiliar o manejador em suas ações de manejo”, finalizou Jacaúna.
Sobre o RH Posgrad
O Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas consiste em apoiar, com bolsas de estudo e auxílio-instalação, pesquisadores interessados em cursar mestrado ou doutorado em instituições de fora do Estado do Amazonas.
Fonte: Agência Fapeam, por Rosilene Corrêa