No Norte, mulheres mestres ganham menos do que os homens com a mesma titulação

CIÊNCIAEMPAUTA, POR MARLÚCIA SEIXAS

Os novos dados complementam pesquisa feita anteriormente e publicada na segunda edição dos  Cadernos de CT&I Amazonas, da SECTI-AM.

O levantamento sobre “O Emprego dos Mestres Amazonenses – Parte II” acaba de ficar pronto. O estudo compõe o Semanário de Ciência, Tecnologia e Inovação, elaborado pelo Departamento de Relações Interinstitucionais e Indicadores de CT&I (DIN), da Secretaria de  Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM).

Os novos dados complementam pesquisa feita anteriormente e publicada na 2ª edição dos Cadernos de CT&I Amazonas, da SECTI-AM. As variáveis para a recente análise foram ampliadas e, além do gênero, avalia também áreas do conhecimento, remuneração e conceito, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Segundo o estudo, os Estados da Região Norte que titularam menos mestres tendem a oferecer-lhes uma melhor remuneração, e esses mestres ficam mais tempo empregados, apesar de terem que encarar jornadas semanais maiores do que os Estados da região que titulam mais mestres, especialmente Pará e Amazonas.

Outro dado que chama atenção é de que as mulheres mestres, de maneira geral, ganham menos do que os homens mestres na Região Norte. Elas ficam menos tempo no emprego do que os homens, porém possuem jornadas de trabalho semelhante.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres mestres foi menor no Acre, onde as mulheres, no período analisado, ganharam 89,86% da média de remuneração masculina. O Amazonas possuía a maior diferença entre os gêneros na região, onde as mulheres ganharam 72,84% da média de remuneração dos homens, seguido do Pará com 73,64%. De forma geral, as mulheres ganharam 80,67% da remuneração masculina na região.

Considerando o período de 1996 a 2009, o Acre é o Estado do Norte que apresenta maior média de remuneração para os mestres, seguido de Rondônia e, em terceiro, os mestres do Amazonas.

Quanto à distribuição dos mestres da Região Norte, Roraima (91,67%) e Amapá (90,74%) são os Estados que mais concentraram mestres titulados no próprio Estado. Enquanto o Amazonas (78,17%) e Pará (80,36%) foram os que mais diluíram os mestres titulados, ou seja, Amazonas e Pará podem ser vistos como Estados exportadores de mestres.

Os principais destinos dos mestres titulados no Amazonas e com emprego em outro Estado são: Distrito Federal (115), Roraima (56), Pará (34), Rio de Janeiro (27) e São Paulo (21).

Outro resultado assinala que menos de 1/4 dos mestres da Região Norte e 1/5 dos mestres do Amazonas titularam-se em programas considerados de excelência, com conceitos  5, 6 e 7.

O Semanário de Ciência, Tecnologia e Inovação tem o objetivo de consolidar diversos estudos e pesquisas elaboradas em CT&I. Os dados deste, e de outros estudos feitos pelo DIN/SECTI-AM podem ser acessados pelo portal CIÊNCIAemPAUTA, em publicações, que se encontra na barra superior no botão Serviços.

O estudo usou como referência a publicação “Mestres 2012: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira”, elaborada pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE).

Para obter na íntegra o semanário sobre  “O Emprego dos Mestres Amazonenses – Parte II”, acesse.

CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas