Estudo avalia ciclo de vida de árvores em área de várzea amazônica

20/06/2012 – Um estudo realizado em áreas da Reserva Mamirauá, no Amazonas, acompanhou o ciclo de vida e morte das árvores para propor novo método de manejo florestal no ambiente de várzea amazônica. A pesquisa “Avaliação da dinâmica das florestas de várzea em parcelas permanentes e suas aplicações para o manejo florestal comunitário” foi realizada pelo biólogo João Lanna, do Grupo de Pesquisa em Ecologia Florestal do Instituto Mamirauá.

Siga a SECTI-AM no Twitter!

A expedição, realizada entre os dias 8 e 24 de maio nas comunidades Boca do Mamirauá e Barroso, e nas proximidades do lago Mamirauá, analisou ainda o crescimento de árvores e os impactos da ação madereiras às espécies.

Segundo o Instituto, o levantamento acompanhou a época de floração e frutificação das árvores. A cada três anos, as mesmas árvores são medidas. Ainda segundo o órgão de pesquisa ambiental, as informações armazenadas geram um histórico sobre o crescimento da espécie.

“Se uma árvore cresce de maneira muito lenta, ela precisa de um ciclo de corte longo, entre o primeiro corte e o segundo para recuperação da espécie. Se uma árvore cresce de maneira mais acelerada, nós poderemos prever um ciclo de corte mais curto”, comparou Lanna.

A coordenadora do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá, Elenice Assis, explicou que a análise do comportamento da floresta, em uma área manejada, é fundamental para medir o impacto que a atividade florestal pode causar nas áreas de manejo e nos ambientes de várzea. Segundo ela, a várzea é um ambiente que tem suas fragilidades, principalmente em relação ao solo. "O manejo florestal deve ser realizado com cuidado, respeitando o ecossistema e as relações que o homem tem com o mesmo”, afirmou.

O estudo reuniu também informações sobre a velocidade de crescimento de árvores. De acordo com o pesquisador, onde há mais sedimentos, as árvores crescem mais rapidamente e onde há menos, o crescimento será mais lento. "Essas questões poderiam alterar como o manejo florestal é empregado em florestas de várzea", disse ele.

Fonte: G1 Amazonas