Estudo comprova que não há ligação entre vacinação infantil e autismo

Os cientistas não encontraram dados estatísticos que comprovem uma conexão entre as vacinas mais tomadas com o desenvolvimento de distúrbios do autismo. Foto: Reprodução

Muitos pais e mães têm recusado vacinar seus filhos devido a um suposto risco de desenvolver autismo depois da vacinação. No entanto, de acordo com um estudo da Universidade de Sydney, não há conexão entre as vacinas e o autismo em crianças.

A primeira revisão sistemática de estudos internacionais foi realizada pelos pesquisadores da universidade que pegaram dados de mais de um milhão de crianças de cinco estudos. Os resultados foram publicados na revista Vaccine.

Os cientistas não encontraram dados estatísticos que comprovem uma conexão entre as vacinas mais tomadas, como sarampo, caxumba, rubéola, difteria, tétano e coqueluche, com o desenvolvimento de distúrbios do autismo.

Segundo o professor associado da Faculdade de Medicina de Sydney Guy Eslick, essas vacinas foram as que mais foram boicotadas pelos grupos anti-vacinação. “A crescente conscientização dos casos de autismo e a suposta ligação entre a vacinação infantil tem levado a um aumento da desconfiança dos pais que os benefícios da vacina superam os riscos potenciais e a oportunidade de ressurgimento da doença”, afirma Eslick.

Segundo Eslick, a atitude de parar de vacinar as crianças tem se tornado um grande problema de saúde pública, pois o número de doenças imuno previsíveis tem aumentado com rapidez. Um exemplo dado pelo especialista são os 11 surtos de sarampo nos Estados Unidos desde 2000.

“Doenças evitáveis por vacinação ainda estão presentes na sociedade moderna. Portanto, a decisão de vacinar as crianças deve ser revista com urgência”, avalia.

O professor acrescentou que até o momento não existe qualquer tipo de análise que comprove a relação entre o autismo e as vacinas ministradas nas crianças.

“Nosso estudo é o primeiro a desmentir esta ligação, pois nós não encontramos nenhuma evidência estatística para apoiar esta ideia. Além disso, nossa revisão mostrou que os componentes das vacinas mais utilizadas (timerosal ou mercúrio) não estão associados com o autismo”, completa.

Com o aumento dos pais que não vacinam seus filhos, “a imunidade das populações diminui substancialmente, aumentando o risco de contrair doenças infecciosas mais graves”, acrescenta.

“Os dados mostram a falta de evidência científica para uma associação entre o autismo e a vacinação infantil, independentemente se a intervenção foi feita por meio de uma combinação de vacinas ou com o uso de apenas um componente, o que faz com que não haja motivo para evitar a imunização”, finaliza.

Fonte: UOL