Estudo internacional testa novo medicamento contra malária no AM
Uma nova droga destinada ao tratamento da malária, a Tafenoquina, começou a ser testada pela Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em Manaus, desde o dia 25 de abril. O objetivo é avaliar a eficiência do medicamento que, se comprovada, deverá ser adotado pelo Ministério da Saúde. O teste deve durar um ano.
Segundo a diretora da FMT-HVD, Graça Alecrim, o uso do novo medicamento reduz o tempo de tratamento do paciente de sete para apenas um dia. Atualmente o tratamento da malária é feito com a terapia combinada de dois antimaláricos (cloroquina e a primaquina). A diretora esclarece que, se os resultados do ensaio clínico atestarem a eficiência da Tafenoquina, essa substância deverá substituir a Primaquina.
O teste faz parte de um estudo clínico de cooperação internacional, que tem participação de centros de pesquisa do Brasil, Peru, Índia, Bangladesh e Tailândia. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Susam), a Fundação é a primeira a testar o medicamento em seres humanos, dentre as instituições envolvidas no estudo. Ainda de acordo com a FMT-HVD, os países envolvidos têm grande interesse no estudo em virtude da alta incidência da doença nestes locais.
No Brasil, além da Fundação de Medicina Tropical, o projeto conta também com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Porto Velho (RO). O ensaio é encabeçado pelas empresas Medicines for Malaria Venture (MMV) e Glaxo Smith Kline (GSK), que são financiadas pela Fundação Bill & Melinda Gates.
O teste em humanos teve início no dia 25 de abril e deve durar cerca de um ano. No total, incluindo os seis meses de uso da nova droga e outros seis meses de acompanhamento clínico desses pacientes. O medicamento será testado inicialmente em 100 pacientes.
A FMT-HVD é referência em pesquisa e nas áreas de diagnóstico e tratamento de doenças infectoparasitárias e tropicais, como malária, no país e internacionalmente. A participação no estudo fortalece o caráter estratégico que o órgão assumiu nas últimas quatro décadas, no cenário da pesquisa internacional. A instituição tem sido também centro de referência para estudos encomendados pelo Ministério da Saúde, com foco em malária e outras doenças.
Fonte: G1