Estudo mostra que 60% da área desmatada da Amazônia foi convertida para a pecuária da
Levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divulgado no dia 2 de setembro, apontou que mais de 60% da área desmatada na Amazônia foi transformada em pastos.
Pela primeira vez o estudo mapeou o uso das áreas desmatadas do bioma e mostrou o que foi feito com os 720 mil quilômetros quadrados de florestas derrubados até 2008, área equivalente ao tamanho do Uruguai. A maior parte foi convertida para a pecuária.
Na avaliação do diretor do Inpe, Gilberto Câmara, a pecuária ainda hoje é extensiva e precisa de políticas públicas para se intensificar e usar a terra que foi roubada da natureza. “Nem do ponto de vista econômico foi feito uso nobre das áreas, como para a agricultura, por exemplo”.
Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, os novos dados poderão dar mais racionalidade ao debate sobre o Código Florestal no Senado Federal. “Espero que essa racionalidade ilumine o Congresso, para que o debate se ancore mais nos dados para chegar ao equilíbrio entre potencial produtivo e preservação. O Brasil não tem porque flexibilizar o desmatamento, não tem razão nenhuma para desmatar. Já temos área suficiente para aumentarmos a produção.”
Em 21% da área desflorestada, o Inpe e a Emprapa registraram vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas. Essas áreas funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa. De acordo com Gilberto Câmara, poderão representar oportunidades de ganhos para o Brasil na negociação internacional sobre mudanças climáticas.
Fonte: Com informações da Agência Brasil.