Estudo pretende tornar fibra de munguba comercial
Tornar a fibra de munguba (Pachira aquática) atraente ao mercado consumidor tem sido uma das tarefas realizadas pelo pesquisador de Benjamin Constant (distante 1.118 quilômetros da capital), Raimundo Pereira Lopes. Agora, com o apoio do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Lopes poderá avançar nos seus estudos para tornar a fibra de munguba um produto mais barato e menos agressivo ao meio ambiente quando descartado, ao ser comparado com outros materiais sintéticos, entre eles o náilon.
As análises do produto serão realizadas no âmbito do projeto ‘Estudo das Propriedades Mecânicas de Biocompósito de Pliéster Reforçado com Fibra de Munguba’, o mesmo será realizado no mestrado em Engenharia Industrial da Universidade Federal do Pará (UFPA). A proposta foi aprovada pelo Edital 005/2013, referente ao Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados para o Interior do Amazonas (RH-Interiorização).
A espécie que costuma crescer em áreas alagadiças, conforme Lopes, será extraída para as pesquisas de uma região localizada às margens do Rio Amazonas, no município de Careiro da Várzea (a 25 quilômetros da capital). “O método vai ser igual ao utilizado pelos ribeirinhos, que cortam superficialmente o tronco da árvore e puxam as tiras de fibra do tronco sem matá-la. O material vai ser lavado e seco em uma estufa por 12 horas para testes posteriores”, informou.
Segundo Lopes, a fibra deve passar por um tratamento com produto químico de baixo impacto. A intenção é melhorar as propriedades mecânicas do produto. Depois de tratado o material vai ser analisado em relação aos impactos, tração e às variações de pesos suportados.
SOBRE RH-INTERIORIZAÇÃO
Além do projeto de Raimundo, outras sete propostas vão receber apoio do Governo do Estado através do RH-Interiorização, que consiste em conceder bolsas de mestrado e doutorado a profissionais graduados residentes no interior do Estado do Amazonas, interessados em realizar curso de pós-graduação, em programa credenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em instituições sediadas em Manaus ou em outro Estado da Federação.
Fonte: Agência Fapeam, por Leandro Guedes