Estudo sobre o cérebro das bailarinas pode ajudar quem sofre de tontura
Anos de treinamento causam mudanças estruturais no cérebro de uma bailarina que a ajudam a manter o equilíbrio enquanto faz piruetas, destacou um estudo publicado nesta sexta-feira que pode ajudar no tratamento de pacientes com tontura crônica.
Exames no cérebro de bailarinas profissionais revelaram diferenças com relação a outras pessoas em duas partes do cérebro: uma que processa a entrada de dados (input) nos órgãos de equilíbrio do ouvido interno, e outra responsável pela percepção de tontura.
A maioria das pessoas se sente tonta por um período subsequente após girar rapidamente. Isto se deve a câmaras preenchidas com fluido nos órgãos de equilíbrio do ouvido, que sentem a rotação da cabeça através de capilares minúsculos que, por sua vez, percebem o fluido girando. O fluido continua a se mover por um tempo após o rodopio – o que cria a percepção de que a gente ainda está se movendo, embora esteja parado – e, consequentemente, a tontura.
As bailarinas conseguem executar várias piruetas sentindo pouca ou nenhuma tontura, um fato que sempre intrigou os cientistas.
Na pirueta, a dançarina executa um ou mais rodopios de corpo inteiro na ponta ou na meia-ponta de um dos pés.
“As bailarinas parecem capazes de se condicionar para não ficar tontas, então pensamos se não poderíamos usar os mesmos princípios para ajudar nossos pacientes”, disse Barry Seemungal, do departamento de medicina do Imperial College de Londres em um estudo publicado no periódico Cerebral Cortex.
Para o estudo, Seemungal e sua equipe fez 29 bailarinas rodarem em uma cadeira giratória dentro de um quarto escuro e fizeram o mesmo com 20 remadoras com mesma idade e nível de preparo físico.