Estudo traça perfil do bibliotecário na região Norte
Percebendo o crescimento pela procura do curso de Biblioteconomia e a escassez de informações sobre as atribuições do profissional da área, a mestre em Ciência da Informação e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gardene Cunha, elaborou um estudo comparativo entre a mão de obra formada pela Ufam e pela Universidade Federal do Pará (Ufpa).
Com o título ‘Perfil do bibliotecário da região Norte: Estudo dos egressos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade Federal do Pará (Ufpa) referente ao período de 2005 a 2010′, o projeto tem como objetivo desmistificar a profissão. Desenvolvido de 2007 a 2010, o estudo contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH-Posgrad).
Segundo Cunha, a pesquisa foi realizada a partir da coleta de dados entre as coordenações dos cursos nas duas Universidades e em contato direto com os profissionais formados pelas instituições.
“As instituições não tinham o endereço dos egressos. Então, a coleta de dados foi feita por meio de um formulário, com 12 questões, enviado por e-mail aos egressos”, contou a pesquisadora.
Ao todo, 78 profissionais formados pela Ufpa e 81 pela Ufam preencheram os formulários. Entre os dados analisados, estão o comprometimento, as habilidades e as faixas-etárias dos profissionais recém-formados.
De acordo com o estudo, a profissão continua sendo predominantemente feminina, com faixa etária entre 20 e 25 anos. A pesquisadora também concluiu que grande parte dos bibliotecários formados optam por outro curso de graduação ao longo do exercício da profissão.
“Alguns anos atrás, a faixa etária era em torno de 35 a 37 anos. Isso nos leva a crer que a área está crescendo e não há um certo ‘tabu’ sobre o que o bibliotecário faz”, disse Cunha.
MERCADO DE TRABALHO
De acordo com a pesquisadora, a principal diferença entre os profissionais formados no Amazonas e no Pará está no mercado de trabalho. “No Pará, os bibliotecários trabalham em instituições privadas. No Amazonas o mercado é voltado para as instituições públicas”, esclareceu Cunha.
Cunha informou que estudos similares realizados em outros Estados demonstram que a maioria dos bibliotecários exerce a profissão em regiões diferentes das que se formou. “Isto é um saldo positivo e um dado muito importante para mostrarmos que em nossa região o mercado consegue suprir a demanda”, salientou a pesquisadora.
Segundo a professora, no Amazonas, o mercado de trabalho absorve os profissionais recém-formados em até oito meses após a conclusão do curso. “O máximo que um bibliotecário fica fora do mercado de trabalho é oito meses. Se já possuir alguma especialização, o tempo é mínimo”, afirmou.
SOBRE O RH – POSGRAD
O programa consiste em apoiar, com bolsas de estudo e auxílio-instalação, pesquisadores interessados em cursar mestrado ou doutorado em instituições de fora do Estado do Amazonas.
Fonte: Agência Fapeam, por Jéssica Fernandes e Camila Carvalho